A realidade do futebol brasileiro é que os treinadores de futebol, na maioria das vezes, necessitam ser ex-jogadores. Muitos acreditam que esse é o princípio básico para se treinar um time, porém existem vários exemplos de treinadores vencedores que nunca vestiram um uniforme de clube e apenas fizeram algum curso relacionado ao esporte.
Atualmente, dos 20 treinadores do Campeonato Brasileiro, sete nunca foram jogadores de futebol profissional. Alguns comentaristas afirmam que, no Brasil, o futebol passou por diferentes fases. Antigamente, se acreditava que quem fazia diferença eram apenas os jogadores, e os treinadores ficavam em segundo plano. Já hoje em dia os técnicos são muito mais valorizados, pois a tática de jogo tornou-se extremamente importante.
A comissão técnica é composta por diversos profissionais estudados, que analisam desempenho, técnicas, condicionamento e auxiliam os treinadores. Devido a isso, o fato de já ter jogado profissionalmente não se torna um requisito básico para se treinar; basta absorver conhecimento para gerir uma equipe que muitos acabam se dando bem.
Um exemplo de treinador que foi multicampeão e que nunca jogou futebol profissionalmente é o técnico tetracampeão com a seleção brasileira, em 1994, Carlos Alberto Parreira. Ele começou como um dos massagistas na Copa de 1970 e se tornou treinador, passando por clubes como Corinthians, Internacional e com passagem pela seleção da África do Sul.
Outro exemplo de treinador renomado que não foi jogador é Oswaldo de Oliveira, que passou por clubes como Atlético Mineiro, São Paulo e ganhou o título mundial com o Corinthians, no ano de 2000. Ele trabalhou anteriormente como preparador físico, se tornando treinador desde então.
Paulo Autuori também foi um treinador que nunca pisou nos gramados, tendo sido um grande técnico do futebol brasileiro, com passagens pelo São Paulo, onde foi campeão da Libertadores e do Mundial, em 2005. Cursou Educação Física e Administração Esportiva e hoje atua como diretor técnico do Athletico Paranaense.
Todos os treinadores mencionados possuem uma característica em comum, que foi ter feito uma faculdade de educação física, iniciando como preparadores ou como integrantes do departamento médico. Hoje em dia, para se treinar um time, basta fazer cursos de preparação e alguns outros que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) disponibiliza.
A tendência no futuro do futebol brasileiro é que haja cada vez mais educadores físicos compondo a comissão técnica principal de clubes grandes do Brasil. Os ex-jogadores não são mais prioridades na escolha de técnicos, mas, sim, profissionais físicos capacitados, independentemente se já jogaram futebol profissionalmente