20 anos da Chacina de Unaí – Vasco apoia luta pela erradicação do trabalho escravo

Diário Carioca
Brasília, 2014 – No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) lembrava os 10 anos da Chacina de Unaí (Wilson Dias/Agência Brasil) - Wilson Dias/Agência Brasil

São Paulo e Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2024 – O Vasco da Gama e o Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) fecharam uma parceria para o jogo do campeonato carioca deste domingo, 28, contra o Bangu, que será realizado no estádio Mané Garrincha (DF), com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). A ação tem como objetivo chamar a atenção do público sobre o problema do trabalho análogo ao escravo e infantil e para o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), serviço do Ministério que recebe denúncias sobre esses tipos de violações. Nesta partida, todos os jogadores do Vasco vestirão uma camisa especial com o logotipo do InPACTO estampado na frente e, nas costas, as mensagens disque 100. Rita Cristina de Oliveira, secretária executiva do MDHC, representará o ministro Silvio Almeida.

28 de janeiro é o Dia de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil, data marcada pela Chacina de Unaí, que completa 20 anos. O crime aconteceu na cidade mineira de Unaí, em uma quarta-feira de 2004, quando os auditores fiscais do Trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos à queima-roupa em uma emboscada na zona rural da cidade. Eles investigavam denúncias de trabalho análogo à escravidão.

O Vasco da Gama possui um histórico marcante de posicionamentos e ações de combate a discriminação racial, defesa das classes trabalhadoras. Foi o Vasco da Gama o primeiro clube a conquistar um título importante no cenário nacional com negros e operários, em 1923, com lendário time dos “Camisas Negras”. Foi o Vasco também o primeiro clube a se posicionar firme contra o preconceito, ao escrever a “Resposta Histórica” e se recusar a retirar atletas negros de sua equipe em 1924. E é o Gigante da Colina até hoje o único clube do Brasil a ter vestido uma camisa com as cores do arco-íris na faixa transversal, em apoio à causa LGBTQIA+, em 2022.

Vasco da Gama
Vasco da Gama

Agora, o Vasco da Gama passa a apoiar o InPACTO nas ações de combate ao trabalho análogo ao escravo, infantil e promoção do trabalho decente.

O Vasco da Gama possui um histórico marcante de posicionamentos e ações de combate a discriminação racial e defesa das classes trabalhadoras. Foi o Vasco da Gama o primeiro clube a conquistar um título importante no cenário nacional com negros e operários, em 1923, com lendário time dos “Camisas Negras”. Foi o Vasco também o primeiro clube a se posicionar firme contra o preconceito, ao escrever a “Resposta Histórica” e se recusar a retirar atletas negros de sua equipe em 1924. E é o Gigante da Colina até hoje o único clube do Brasil a ter vestido uma camisa com as cores do arco-íris na faixa transversal, em apoio à causa LGBTQIA+, em 2022.

Agora, o Vasco da Gama passa a apoiar o InPACTO nas ações de combate ao trabalho análogo ao escravo, infantil e promoção do trabalho decente.

“Foi com muita alegria que selamos essa parceria, pois admiramos a postura do Vasco, sempre firme e altivo na defesa dos direitos humanos. É muito importante transmitir a mensagem para sensibilizar a população sobre a persistência do trabalho análogo ao escravo que ainda persiste no Brasil e estimular o engajamento das pessoas na ação de denunciar essa violação aos direitos humanos, por meio do esporte e da paixão nacional que existe pelo futebol”, diz Marina Ferro, diretora executiva do InPACTO.

O jogo deste domingo é válido pela 4ª rodada do Campeonato Carioca e acontece no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF), às 16 horas, contra o Bangu. O Vasco é o líder da competição estadual, com duas vitórias e um empate em três jogos.

Desde que começaram os trabalhos dos grupos de fiscalização móvel no Brasil, foram resgatadas 63.400 pessoas, desde 1995, em condições de trabalho análogas à escravidão e trabalho infantil. Em 2023, foram resgatadas 3.190 pessoas. Entre 2016 e 2022, 80% das pessoas resgatadas se autodeclararam negras.

Disque 100

Canal gratuito e acessível, o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) funciona todos os dias da semana, a qualquer tempo, e pode ser acionado por ligação gratuita bastando discar 100, WhatsApp (61) 99611-0100, Telegram (digitar “direitoshumanosbrasil” na busca do aplicativo) e por meio do site do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Em todas as plataformas as denúncias são gratuitas, anônimas e recebem um número de protocolo para que o denunciante acompanhe o andamento da denúncia diretamente com o Disque 100.

Documentário

“Abolição já! A outra não valeu”, é a chamada do filme Servidão, novo documentário do premiado diretor de Pureza (2022) sobre o trabalho escravo contemporâneo com foco na Amazônia brasileira, lançado no dia 25, em todo o Brasil. O longa documental também está sendo apoiado pelo InPACTO, que passou a usar a # para chamar a atenção do problema. “Embora a Lei Áurea tenha sido assinada em 1888, abolindo oficialmente a escravidão no Brasil, diversas formas de escravidão contemporânea, como mostra o novo documentário e foi retratado no filme Pureza ainda persistem em nosso País”, afirma Marina, do InPACTO. O filme traça um histórico sobre o panorama do trabalho escravo no Brasil desde a abolição e como esse crime persiste até os dias de hoje na sociedade. A escravidão moderna é uma das piores formas de violação aos direitos humanos no Brasil e no mundo.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca