Barcelona (Espanha), 8 nov (EFE).- O espanhol Xavi Hernández foi apresentado nesta segunda-feira como novo técnico do Barcelona e discursou diante de quase 10 mil torcedores no gramado do estádio Camp Nou, onde construiu grande parte da carreira como jogador.
“Estou muito feliz. Não quero me emocionar, mas é impressionante o acolhimento da torcida”, garantiu o agora comandante da equipe principal, que foi acompanhado pelo presidente ‘blaugrana’, Joan Laporta.
Xaxi, inclusive, assinou o contrato com o Barça no campo de jogo, diante dos olhares de uma empolgada torcida.
Logo depois do ato, em entrevista coletiva, o campeão mundial em 2010, com a Espanha, garantiu que, mesmo diante do momento que o clube atravessa, esportivo e econômico, sabe que haverá exigência “máxima” sobre ele, desde o primeiro dia de trabalho.
“Estou a metade da vida no Barça. Quando empatávamos ou perdíamos, isso era um funeral. Aqui, perder tem consequências. Somos o maior clube do mundo, e temos que ser excelentes em tudo. Não vale o bom. Isso é o que quero passar aos jogadores”, garantiu.
“Não é ser duro, é sobre respeitar algumas regras, como em qualquer empresa. Quando eu tive regras no vestiário, fomos bem. Quando não houve regras, não competimos. Se os resultados não sabem, temos que ser mais profissionais e trabalhar mais”, completou.
Xavi revelou que pretende ter uma conversa individual com os jogadores, para explicar sobre o clube que defendem, a pressão que irão sofrer e que a melhor maneira de alcançar bons resultados é com atuações de qualidade.
“Queremos ser protagonistas, dominar a bola, pressionar alto, recuperar a posse no campo contrário, ser agressivos, intensos e criar chances de gol”, revelou o novo técnico, dando pistas de como pretende fazer o Barcelona atuar.
Xavi falou ainda sobre treinar jogadores com quem atuou, como os espanhóis Gérard Piqué, Sergi Roberto, Jordi Alba, Sergio Busquets, além do alemão Marc-André ter Stegen, garantindo que considera uma vantagem a possibilidade de comandar “amigos”.
“Sei qual o número que calçam e ontem tenho que apertá-los para que rendam seu melhor. Mas, aqui, não há privilégios. Todos começam do zero”, garantiu o técnico.
Além disso, na entrevista coletiva, Xavi admitiu estar “muito preocupado” com a quantidade de lesões que os jogadores da equipe estão sofrendo nesta temporada.
“As contusões sempre vão acontecer, mas são demasiadas. Há a prevenção, a academia, como se recuperam, se é preciso treinar mais ou melhor, não sei. Mas, há muito trabalho a ser feito”, admitiu o espanhol.
Além disso, Xavi comentou as comparações com o compatriota e antigo treinador, Josep Guardiola, que assumiu o comando do Barça em 2008, para depois emplacar uma era de grandes conquistas no clube.
“O fato de me compararem com Guardiola é um êxito, porque, para mim, é uma referência. É o melhor treinador do mundo na atualidade”, afirmou. EFE