Brasileiros não conseguiram se classificar para a disputa das duplas mistas, mas seguem no torneio individual
O Brasil disputou, nesta sexta-feira (23.07), as primeiras provas do tiro com arco nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Os dois representantes do país na modalidade, Ane Marcelle e Marcus D’almeida, se apresentaram na etapa de ranqueamento no Yumenoshima Park Archery Field e, somadas as pontuações individuais de cada um, o Brasil não conseguiu se classificar para a disputa das equipes mistas.
Marcus D’Almeida durante a prova de ranqueamento nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Foto: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br
Na etapa de ranqueamento, cada um dos 64 arqueiros classificados para as Olimpíadas dispara 72 flechas no alvo distante 70 metros. São 12 baterias com seis flechas arremessadas em cada uma e com um intervalo para descanso ao fim da sexta bateria. A pontuação final de cada atleta define contra quem ele disputará a fase eliminatória, com o atleta mais bem pontuado enfrentando o de menor pontuação e assim por diante.
A parte da manhã foi dedicada à fase classificatória feminina. Ane Marcelle somou 636 pontos e ficou em 33º lugar. Marcus D’Almeida atirou à tarde e terminou com 651 pontos, na 40ª posição. Nesta terça-feira (27.07), às 5h57 (horário de Brasília), Ane Marcelle enfrenta a mexicana Ana Vasquez. Já Marcus D´Almeida entra em ação na quinta-feira (29.07), a partir das 4h de Brasília, contra o britânico Patrick Houston.
“É descansar e trabalhar. A Ane não foi tudo o que a gente estava esperando e eu também não”, analisou Marcus D´Almeida. “Hoje nenhuma flecha minha tocou na linha, não pegava. Eu não tive muitos tiros longe, nenhum que errei completamente. Então, acredito muito em fator vento, mas lógico que também tem eu, porque todo mundo estava com vento”, pontuou o arqueiro.
Investimento federalNo ciclo olímpico dos Jogos de Tóquio, o Ministério da Cidadania investiu R$ 5,68 milhões no tiro com arco por meio do Bolsa Atleta. Entre 2017 e 2021, foram concedidas 332 bolsas em todas as categorias para as atletas da modalidade. Nas Olimpíadas do Japão, os dois arqueiros convocados são contemplados pelo programa. Marcus D´Almeida recebe a Bolsa Pódio do Governo Federal, a categoria mais alta do Bolsa Atleta. Ane Marcelle recebe o benefício na categoria olímpica.
“Eu acredito que para muitos é o primeiro patrocinador, o primeiro apoio que a gente ganha, e ainda mais no meu esporte. Posso dar 100% de certeza que é o primeiro apoio que a gente tem. Sem o Bolsa Atleta, provavelmente eu não seria atleta. Tenho 100% de certeza de que não seria, porque não teria condições de me manter, então acho que a palavra que resume é: fundamental. A Bolsa Atleta é fundamental para o esporte brasileiro”, afirmou.
História
Em 1930, foi fundada a Federação Internacional de Tiro com Arco (FITA), que organizou no ano seguinte o primeiro Campeonato Mundial, na Polônia. Na trajetória dos Jogos Olímpicos, o “arco e flecha” foi incluído na disputa muito antes da fundação da FITA.
Na edição de Paris, em 1900, houve competição da modalidade pela primeira vez, tendo se repetido nos Jogos de St. Louis 1904, Londres 1908 e Antuérpia 1920. Entre os anos de 1924 e 1968, o tiro com arco deixou de fazer parte do programa olímpico, tendo retornado apenas em 1972, em Munique, de forma permanente até os dias de hoje.
A primeira participação do Brasil na modalidade ocorreu em 1980, nos Jogos de Moscou. Desde então, o país ficou fora apenas das edições de Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004, tendo sido representado por 12 atletas diferentes ao longo da história. O Brasil não tem medalhas olímpicas na modalidade.
Luiz Roberto Magalhães – De Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br