Nos últimos anos o Brasil passou por grandes turbulências relacionadas à política. Desde os protestos contra a ex presidenta Dilma Rousseff, em 2015 e 2016, a camisa verde e amarela transformou-se em um símbolo da direita e extrema direita, que foi às ruas pedir o impeachment apropriando-se da bandeira do país. Essa apropriação aumentou ainda mais com a posse do atual presidente Jair Messias Bolsonaro, que tem como lema de campanha “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Após o período eleitoral de 2022, uma pesquisa do Instituto Travessia identificou que 26% dos brasileiros “pegaram ranço” do uniforme da seleção e os outros 74% usaram a camisa canarinho para torcer para o Brasil na Copa do Mundo. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, incentivou em novembro deste ano a população a se reapropriar da bandeira e das cores do Brasil, trazendo um novo significado para esse símbolo.
“A gente não tem que ter vergonha de vestir a camiseta verde e amarela. A camiseta não é do partido político, é do povo brasileiro. Vocês vão me ver usando a camiseta amarela, só que a minha terá o número 13”, disse Lula em seu Twitter oficial. Essa “reapropriação” veio com tanta força durante o mundial de futebol, que a camiseta oficial da seleção brasileira se esgotou nos e-commerces e lojas físicas da Nike no Brasil.
Para incentivar os seus usuários a voltarem a vestir as cores verde e amarela, a Lefty, aplicativo de relacionamento para pessoas de esquerda, está com uma nova ação, na qual pede para o seu público colocar uma foto com as cores do Brasil no perfil da plataforma. Com a mensagem direcionada aos usuários do app “O verde e amarelo é nosso de novo! Coloque uma foto de perfil com as nossas cores e retome o orgulho de ser brasileiro!”, o CEO, Alex Felipelli, espera um grande engajamento dos seus usuários.
“Os nossos usuários são todos de esquerda e sabemos o quanto é difícil, para muitos deles, poder ser confundidos com pessoas que não possuem a mesma orientação política. Desta forma ainda existe um certo receio em vestir verde e amarelo, o que queremos ajudar a deixar de lado com essa ação”, explica Felipelli. “O movimento de reapropriação das cores canarinho chegou para mostrar que todos os brasileiros têm direito à bandeira nacional”, completa o CEO