O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo de buscas da Polícia Federal nesta quinta-feira (18). A operação, que faz parte da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, investiga atos golpistas ocorridos em Brasília em janeiro de 2023.
O que você precisa saber:
- Carlos Jordy foi alvo de buscas da PF por ligação com atos golpistas
- Mensagens trocadas entre o parlamentar e liderança da extrema-direita revelam orientação para atos antidemocráticos
- Além de Jordy, outros 10 alvos foram identificados pela PF
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Jordy tem uma “forte ligação” com Carlos Victor Carvalho, apontado como “liderança da extrema-direita” de Campos dos Goytacazes (RJ). Em diálogos interceptados pela PGR, Carlos Victor pede orientações e autorização de Jordy para organizar atos golpistas após as eleições de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro foi derrotado por Lula.
Em uma das conversas, de 1º de dezembro de 2022, Carlos Victor diz a Jordy: “Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo”. Jordy responde: “Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?”.
Os dois chegaram a se falar por telefone no dia 17 de janeiro de 2023, uma semana depois dos ataques terroristas de 8 de janeiro, enquanto Carlos Victor estava foragido.
A decisão de Moraes usa o diálogo acima para demonstrar o fato de que o deputado bolsonarista “efetivamente orientava” pelo menos uma liderança golpista.
A investigação aponta Carlos Victor como administrador de 15 grupos no WhatsApp “com temáticas extremistas”. Há indícios de que ele organizou “eventos antidemocráticos” na cidade de Campos dos Goytacazes.
Ele e Jordy tinham o “hábito de trocar mensagens” e registraram 627 contatos por meio de de textos, áudios, anexos e ligações. A maior parte dos diálogos ocorreu entre agosto e outubro de 2022, na campanha eleitoral.
Além de Jordy e Carlos Victor, também foram alvo das ações da Lesa Pátria nesta quinta André Luis Santos Carneiro, Charles Adriano Siqueira de Souza, José Maria Mattar, Juliana Machado da Silva Ribeiro, Leonardo Loureiro Ferraz, Lucia Maria Caxias dos Santos, Luiz Eduardo Campos de Oliveira, Neide Mara Gomes Palmeira e Raquel Nunes Barbosa.
“Suas condutas ocorreram no contexto dos atos golpistas ocorridos na Esplanada dos Ministérios em 8/1/2023, com destruição dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e, com muito mais raiva e ódio, do Supremo Tribunal Federal, fatos amplamente investigados em diversos procedimentos que tramitam nesta Suprema Corte”, afirmou Alexandre de Moraes, ministro da Corte, em sua decisão.