Antigo braço direito do PT, Antonio Palocci assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (26) pelo jornal O Globo. O ex-ministro petista foi um dos que delatou Lula e garantiu que o tríplex do Guarujá era do ex-presidente e que foi pago com dinheiro de propina.
Segundo informações do jornal O Globo, o acordo para a delação foi acelerado nos últimos dias e os investigadores já teriam colhido os depoimentos de Palocci. A colaboração, assim como os termos dos benefícios que serão concedidos ao ex-ministro, ainda precisam ser homologados pela Justiça.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, prestado em setembro do ano passado, Palocci falou também em “pacto de sangue” da propina, que envolveria o ex-presidente Lula. À época, ele afirmou que a Odebrecht repassaria R$ 300 milhões ao PT em troca de favores que beneficiariam a empreiteira.
“Eu diria apenas que os fatos narrados nessa denúncia dizem respeito a um capítulo de um livro um pouco maior do relacionamento da empresa em questão, da Odebrecht, com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma. Foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens dirigidas à empresa, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos, em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, caixa 1, caixa 2”
Antonio Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e fez parte dos “três mosqueteiros” que cuidaram da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff ao Planalto. Estava sob sua responsabilidade a parte financeira na corrida presidencial de 2014. Depois de o PT vencer as eleições, Palocci se tornou ministro da Casa Civil de Dilma. A derrocada do antigo homem forte petista começou em meio a acusações de ter multiplicado em 20 vezes seu patrimônio fazendo consultoria a empresas.
Há duas semanas, Palocci teve um pedido de habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sete votos a quatro. No julgamento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão de Palocci e citou que a restrição de liberdade era necessária à garantia da ordem pública e “para fazer cessar a prática do crime de lavagem de dinheiro para a aplicação da lei penal”.
Reportagem, Tácido Rodrigues