Cidade do México, 10 nov (EFE).- A América Latina continua vivendo um momento preocupante da pandemia de covid-19, afirmou nesta quarta-feira a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne.
“As infecções por coronavírus estão aumentando em alguns países da América Latina e o ritmo da vacinação não é o que pretendíamos”, disse em entrevista coletiva virtual.
Segundo a diretora, embora as pessoas estejam cansadas da pandemia, que superou a marca de 5 milhões de mortes em todo o mundo, sendo a América Latina responsável por um terço delas – cerca de 1,5 milhão de óbitos e mais de 46 milhões de contágios -, a situação “ainda não acabou e este não é o momento de relaxar as medidas”.
Etienne comentou que a persistência da baixa cobertura de vacinação em alguns países, combinada com a falta de medidas sanitárias, pode levar ao aparecimento de novas variantes do coronavírus.
“No Caribe, estamos assistindo a um aumento da relutância em se vacinar. Não temos esse luxo”, lamentou. Como resultado, citou que existe a possibilidade de surgir na região uma estirpe endêmica do coronavírus.
Também advertiu que a região deveria estar “muito mais à frente” no ritmo da vacinação contra covid-19 do que está agora.
“Isto se o acesso às vacinas tivesse sido maior e a população estivesse ainda mais empenhada”, analisou.
Na mesma linha, ela insistiu para que a população e os países não relaxem as medidas preventivas de saúde, como “usar máscaras, manter uma distância física, lavar as mãos frequentemente, manter medidas de saúde pública”.
Além disso, frisou que a responsabilidade individual deve ser assumida para evitar o aumento do número de mortes e hospitalizações.
LONGE DA IMUNIDADE COMUNITÁRIA.
Jarbas Barbosa, vice-diretor da OPAS, disse que a esperança de alcançar a imunidade comunitária é improvável porque essa meta só foi alcançada com doenças bem conhecidas.
“Para a covid-19 temos vacinas diferentes, temos variantes diferentes, não se pode aplicar o conceito de imunidade de rebanho para qualquer percentagem de vacinação”, explicou.
Contudo, ressaltou a importância de continuar a vacinar para alcançar o maior número possível de grupos e buscar o desenvolvimento de anticorpos, além de inovar em vacinas com aplicação nasal. EFE