App ajuda palestinos a reduzir tempo de espera nos checkpoints de Israel

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App ajuda palestinos a reduzir tempo de espera nos checkpoints de Israel

Um aplicativo de smartphone permitirá aos palestinos monitorar as condições de tráfego e reduzir o tempo de espera nos checkpoints israelenses, segundo reportagem da agência de notícias Anadolu. O app Azma foi lançado em julho por um jovem palestino, mas teve de interromper seus serviços após autoridades israelenses alegarem problemas legais. Contudo, foi relançado com êxito pelo Centro Social Burj al-Luqluq, sediado em Jerusalém Oriental. Dezenas de checkpoints impedem o livre movimento dos palestinos, seja na Cisjordânia, seja para viajar a Jerusalém ou para chegar ao trabalho no território designado Israel – capturado em 1948, durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica. Os checkpoints são fechados com base em decisões arbitrárias do exército de Israel. Relançamento Muntaser Dkaidek, diretor do Centro Social Burj al-Luqluq, afirmou à Anadolu: “Este app foi desenvolvido por um jovem de Jerusalém em 2016. Logo de início, tornou-se relativamente popular na comunidade palestina. No entanto, devido ao assédio das autoridades coloniais, seu desenvolvedor foi forçado a retirá-lo do ar”. Segundo Dkaidek, o jovem – que preferiu se manter anônimo – contactou a entidade social para pedir ajuda sobre o programa. Desde seu relançamento, muitos palestinos passaram a difundir o Azma nas redes sociais, como forma de prestar socorro à sua comunidade. O app está disponível para os sistemas operacionais iOS e Android. Além de monitorar o tráfego nos checkpoints de Israel, usuários podem compartilhar atualizações em tempo real sobre as condições em campo. LEIA: Israel prende deficiente palestino em checkpoint militar “Até então, trinta mil usuários baixaram o programa”, comentou Dkaidek. “Dizemos que um minuto no app é melhor do que uma hora de espera nos postos militares”. “Com a popularização dos smartphones e de redes móveis de internet, o app pode ajudar a reduzir consideravelmente o tempo de viagem nos territórios ocupados”, destacou Dkaidek. “O aplicativo abrange todos os checkpoints na Cisjordânia”. “Trata-se de uma ideia bastante criativa de um jovem palestino, que conduz atualizações voluntárias esporadicamente”, prosseguiu. “O Centro Social Burj al-Luqluq cobre as taxas requeridas pelas empresas para atualizar o programa em suas plataformas”. Apps de resistência O Centro Social Burj al-Luqluq lançou vários aplicativos recentemente; entre eles, o Al-Aqsa Guard Game, ferramenta cujo intuito é difundir conhecimento sobre a Mesquita de Al-Aqsa de maneira lúdica. Outro aplicativo é o Virtual Tours in Jerusalem, que “retrata a história e os lugares da Cidade Velha da cidade em seis idiomas”, observou Dkaidek. My Story é um software que transmite “histórias para crianças sobre os relatos de palestinos que sofreram deslocamento”. Palestinos na Cisjordânia excedem 3.25 milhões de pessoas, contra entre meio milhão e 700 mil colonos radicados nos territórios ocupados. Todos os assentamentos e seus colonos são ilegais conforme o direito internacional. LEIA: Primeiro-ministro da Malásia insta o mundo a evitar confusão ao lidar com o conflito na Palestina

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