Ativistas cubanos querem evitar violência em protesto de 15 de novembro

Diário Carioca

Havana, 9 nov (EFE).- O principal organizador da manifestação cívica marcada pela oposição ao governo de Cuba para o próximo dia 15, Yunior García Aguilera, anunciou nesta terça-feira que ele e os demais líderes do protesto estão estudando como minimizar os riscos de violência e repressão por parte das autoridades “sem renunciar” ao direito de mobilização.

O principal organizador da manifestação cívica marcada pela oposição ao governo de Cuba para o próximo dia 15, Yunior García Aguilera, durante uma entrevista à Efe. EFE/Yander Zamora

Entrevistado pela Agência Efe em Havana, o jovem dramaturgo garantiu que a proposta de manifestação em 15 de novembro permanece intacta, mas que os organizadores estão estudando como e onde, porque não querem “jogar os jovens em uma repressão garantida”.

O principal organizador da manifestação cívica marcada pela oposição ao governo de Cuba para o próximo dia 15, Yunior García Aguilera, durante uma entrevista à Efe. EFE/Yander Zamora

“Nosso objetivo é marchar contra a violência e pela libertação dos presos, e não queremos mais presos”, declarou García Aguilera, após ressaltar que as próximas decisões serão anunciadas quando ele puder se “comunicar com o resto do grupo”.

García Aguilera disse à Efe que os serviços de internet e telefonia fixa foram cortados em sua casa, o que ele considera uma tentativa de silenciar suas reivindicações.

O representante do Archipiélago – grupo de oposição que convocou a manifestação rechaçada pelo governo, que a considera “ilegal” – mostrou preocupação com imagens divulgadas em redes sociais de brigadas armadas prontas para atacar manifestantes da oposição.

Um dos presos nos emblemáticos protestos contra o governo cubano de 11 de julho, García Aguilera enfatizou hoje que se sente “responsável” pelos jovens dispostos a ir às ruas e suas mães, e quer que eles saiam em defesa de seu direito “sem colocar as pessoas em risco”.

O governo negou a permissão para a manifestação pacífica em 15 de novembro, alegando que se trata de “uma provocação” como parte da estratégia de “mudança de regime” para Cuba “experimentada em outros países”.

Em resposta ao posicionamento do Archipiélago de que vai continuar com a organização do protesto, o Ministério Público cubano advertiu que os líderes serão criminalmente processados.

A manifestação foi convocada em meio a um cenário difícil em Cuba, que passa por uma grave crise econômica refletida em longas filas de espera para comprar alimentos e produtos básicos e apagões.

O governo cubano atribui estes problemas ao embargo financeiro e comercial dos Estados Unidos, que foi endurecido no mandato de Donald Trump como presidente do país.

Em Cuba, os direitos de greve e manifestação raramente são contemplados fora das instituições estatais, e um protesto de opositores do governo jamais foi autorizado. EFE

lbp/id

(foto)(vídeo)

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