Autoridades de Cuba restituem mais 2 credenciais de jornalistas da Efe

Diário Carioca

Madri, 17 nov (EFE).- As autoridades de Cuba comunicaram ao governo da Espanha a restituição de mais duas credenciais de jornalistas da Agência Efe que atuam em Havana, segundo informaram nesta quarta-feira fontes diplomáticas do país europeu.

No último sábado, foram retiradas as credenciais de três redatores, um fotógrafo e um cinegrafista, que ficaram impedidos de trabalhar no país, dois dias antes de passeata contra o governo local, que aconteceu nesta segunda-feira.

No domingo, já tinham sido restituídas outras dois credenciais de profissionais da agência de notícias.

A devolução feita hoje será acompanhada da autorização para a concessão de visto de jornalista do novo delegado da Efe em Cuba, Juan Palop, que havia sido solicitado no fim de julho deste ano, indicaram as fontes diplomáticas.

As decisões das autoridades cubanas, segundo apuração, se tornarão efetivas “a partir de 28 de novembro”.

A presidente da Efe, Gabriela Cañas, considerou a nova medida “insuficiente” e “atrasada” e cobrou a devolução das credenciais de toda a equipe em Havana. Além disso, garantiu que a agência seguirá insistindo na necessidade de recompor toda a delegação, que é, tradicionalmente, formada por sete jornalistas.

“O assédio contra a agência, por parte das autoridades cubanas, é grave e inexplicável”, disse a dirigente.

“As decisões dos últimos meses reduziram nossa equipe. A retirada de todas as credenciais, no sábado passado, e essa devolução a conta-gotas, demonstra uma vontade inequívoca de desestabilizar nosso trabalho jornalístico”, completou Cañas.

Recentemente, vem sendo registrada uma escalada de tensões, com a retirada de credenciais de seis jornalistas – uma já havia sido feita em agosto -, e o atraso no processo de concessão do visto do novo delegado da agência na ilha caribenha.

“O que aconteceu nas últimas semanas é um ataque sem precedentes à agência de referência no mundo em espanhol”, afirmou a presidente da Efe.

A decisão das autoridades cubanas gerou a condenação de associações de defesa da liberdade de imprensa, de diversos governos e organizações como a União Europeia, a ONU. O governo da Espanha chamou para consultas o encarregado de negócios da Embaixada de Cuba em Madri, para exigir a restituição das credenciais.

Neste momento, representantes do Executivo do país europeu, incluindo membros da Embaixada em Havana, e a própria presidente da Efe seguem negociando a devolução integral das credenciais dos profissionais de imprensa da agência. EFE

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