Genebra (Suíça), 10 nov (EFE).- A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, cobrou que se vá além da retórica política e de segurança que prevalece no debate sobre a crise migratória na fronteira entre Polônia e Belarus, para que se preserve a integridade das pessoas que estão na região.
“Peço aos Estados envolvidos que tomem medidas imediatas para reduzir a tensão e resolver a situação intolerável, conforme suas obrigações, sob o direito internacional e dos refugiados”, afirmou a ex-presidente do Chile, através de um comunicado.
Atualmente, centenas de migrantes, a maioria vindos do Oriente Médio e Ásia Central, em especial do Afeganistão, estão na região fronteiriça, onde aconteceram diversas tentativas violentas de passagem do lado bielorrusso para o polonês de maneira ilegal, que acabaram sendo contido pelas forças de segurança.
A Rússia apoia incondicionalmente o governo de Belarus no confronto com a Polônia e União Europeia, em uma crise ocorrida em meio ao anúncio de Moscou de prolongar a presença militar na antiga república soviética por mais 25 anos.
Bachelet defendeu que a ênfase foi colocada até agora nos aspectos políticos e de segurança, incluindo o aumento das tropas, e que a retórica agressiva dos líderes somente está servindo para aumentar a vulnerabilidade e os riscos para os migrantes e refugiados.
“Peço para as autoridades envolvidas que garantam que os direitos humanos destes indivíduos seja a preocupação central”, afirmou a Alta Comissária da ONU, que ainda pediu que seja autorizada a passagem na região de ajuda humanitária, assim como de observadores da sociedade civil e de jornalistas.
Além disso, Bachelet destacou que não se pode impedir nenhuma pessoa de buscar asilo e outras formas de proteção internacional, sem mencionar, no entanto, a represão na Polônia contra a entrada de migrantes no território do país. EFE