Washington, 17 nov (EFE).- O influente articulador político de extrema-direita Steve Bannon, aliado do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, declarou-se inocente nesta quarta-feira em duas acusações de desacato ao Congresso americano.
Bannon, de 67 anos, recebeu as acusações por se recusar a testemunhar no Congresso e não entregar documentos ao comitê legislativo que investiga a invasão do Capitólio em 6 de janeiro.
Segundo o documento de defesa de Bannon, ele renunciou ao direito a uma leitura pública das acusações.
O documento foi divulgado um dia antes da audiência marcada para quinta-feira, que seria a primeira de Bannon diante do juiz Carl Nichols, da corte federal do Distrito de Columbia.
O magistrado, nomeado para o cargo por Trump, vai decidir se atenderá ao pedido da defesa de Bannon. Se o aceitar, serão discutidos durante a audiência de quinta-feira a duração do caso e outros assuntos processuais.
Cada uma das acusações contra Bannon acarretam penas de 30 dias a um ano de prisão e a multa de US$ 100 a US$ 100 mil.
Na última segunda-feira, Bannon se entregou no escritório do FBI em Washington. Horas depois, uma juíza ordenou sua libertação, embora tenha retido seu passaporte para impedi-lo de fugir do país.
A formalização das acusações contra Bannon foi feita na última sexta-feira, após a Câmara dos Representantes considerar que o articulador político cometeu desacato em 21 de outubro por se recusar a comparecer perante o comitê que investigava o ataque ao Capitólio.
O comitê queria que Bannon testemunhasse porque acreditava que ele tinha algum conhecimento prévio do que aconteceu em 6 de janeiro, dia em que o Congresso previa certificar a vitória de Biden nas eleições presidenciais de 2020. Também foi para essa data que Trump convocou um protesto perto da Casa Branca.
Na ocasião, cerca de 10 mil pessoas – em sua maioria apoiadores de Trump – foram às imediações do Capitólio, e em torno de 800 invadiram esse complexo onde fica o Congresso para impedir que a vitória de Biden fosse ratificada.
Cinco pessoas morreram em meio aos distúrbios, e cerca de 140 agentes de segurança foram agredidos por apoiadores de Trump. EFE