O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve se encontrar neste mês de setembro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mas negou recebê-lo na Casa Branca, de acordo com uma reportagem do jornal Times of Israel publicada nesta sexta-feira (08). Em março, Biden afirmou que não convidaria Netanyahu ao Salão Oval “no futuro próximo”, ao declarar “profunda preocupação” sobre a imagem da “democracia” israelense, em meio aos planos de reforma judicial do governo de extrema-direita. Israel é tomado por protestos de massa desde janeiro, quando a recém-empossada coalizão de Netanyahu anunciou sua proposta para remover poderes da Suprema Corte em favor do executivo. Críticos alertam para o risco de um “golpe de Estado” e danos de investimentos e relações públicas ao país. Os protestos ignoram, no entanto, o regime de apartheid imposto contra os palestinos. Segundo um oficial israelense, Biden deve se encontrar com Netanyahu nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, entre 19 e 25 de setembro. O discurso do premiê israelense está marcado para ocorrer entre 21 e 22 de setembro. LEIA: Ex-chefes do Shin Bet instam Biden contra Netanyahu, admitem ‘supremacismo judaico’ Todavia, pilotos da maior companhia aérea israelense, a El Al, recusam-se a levar o premiê a Nova York. Segundo a televisão local, há um acordo tácito entre pilotos mais experientes — na maioria, veteranos da Força Aérea — para boicotar Netanyahu devido à reforma judicial. Voos a Paris e Roma, em fevereiro e março, foram negados previamente. Desde que voltou ao cargo de primeiro-ministro, oito meses atrás, Netanyahu não conseguiu se reunir com o presidente americano em nenhuma ocasião — algo raríssimo entre ambos os parceiros estratégicos no Oriente Médio. Em julho, o gabinete de Netanyahu alegou que Biden o convidou para uma conversa, porém sem especificar o local. No decorrer do ano, a Casa Branca expressou um volume incomum de críticas a comentários e políticas de membros do governo linha-dura de Netanyahu. Os alertas abrangem, além da reforma judicial, a expansão contínua de assentamentos ilegais, a escalada colonial contra os palestinos e a erosão de liberdades civis no Estado israelense. LEIA: Israel tem o governo ‘mais extremo’ já visto, diz Joe Biden