Washington, 14 out (EFE).- Um grupo de 63 congressistas dos Estados Unidos solicitou nesta quinta-feira ao presidente Joe Biden para que pressione Jair Bolsonaro com uma revisão das relações bilaterais com o Brasil, inclusive a retirada da oferta para que o país se torne um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os congressistas enviaram uma carta a Biden para que mande “uma mensagem clara” a Bolsonaro de modo que as relações bilaterais serão “seriamente comprometidas” caso o presidente brasileiro continue a atacar o processo eleitoral.
A carta busca incentivar um comportamento “menos danoso” por parte de Bolsonaro em relação à política e ao meio ambiente. Os políticos americanos propõem revisar a cooperação nos âmbitos de combate ao terrorismo e às drogas e também na oferta para que o Brasil se torne parceiro da Otan.
O texto recorda que em 2019 o Brasil foi designado como um aliado militar estratégico dos EUA fora da Otan, o que, segundo os congressistas, foi usado por Bolsonaro em seu próprio benefício político.
Este tipo de designação é dado pelo governo dos EUA a vários países aliados que colaboram com as forças americanas, mas que não são membros da Otan. Esse status abre a porta para a entrega de equipamentos de defesa excedentes e a organização de manobras conjutas.
“Oferecer ao governo do Brasil a oportunidade de se tornar sócio da Otan indicaria que os EUA não têm nenhum problema sério com as violações dos direitos humanos, da democracia e do meio ambiente que ocorrem no Brasil”, alertou o grupo.
Os congressistas pedem a Biden para que, no mínimo, os EUA voltem a ter o mesmo grau de relação que tinham com o Brasil antes do mandato de Donald Trump (2017-2021), que teve Bolsonaro como um de seus principais aliados internacionais.
Esta medida significaria o cancelamento da designação do Brasil como aliado militar estratégico fora da Otan, que foi concedida pelo próprio Trump, e a retirada da oferta para que o país seja parceiro da aliança.
Os legisladores informaram no texto que o mandato de Bolsonaro, iniciado em janeiro de 2019, tem sido marcado por políticas antidemocráticas.
“Bolsonaro adotou diversas políticas que colocam em perigo grupos minoritários vulneráveis, geraram altas taxas de desemprego, danificaram o meio ambiente, ameaçaram a relativamente jovem democracia do Brasil e levaram a mortes desnecessárias de milhares pela covid-19”, argumentaram os políticos. EFE