COP28: Brasil vai mostrar ações contra mudanças climáticas

Diário Carioca
COP28: Brasil vai mostrar ações contra mudanças climáticas

Redução do desmatamento, retomada do fundo do clima e propor o debate sobre financiamento para contenção das mudanças climáticas serão algumas das medidas futuras ou já em execução que o Brasil vai apresentar para a COP28. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30 de novembro e 12 de dezembro. As propostas brasileiras foram apresentadas nesta terça-feira (12) no seminário “Diálogo Pré-COP28: o papel da indústria na agenda de clima”, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília . Entre os representantes do governo brasileiro no encontro, o Secretário Substituto de Política Climática do Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima, Aloisio de Melo, apresentou medidas que estão sendo adotadas para combater o desmate na Amazônia e no Cerrado. Afirmou, também, que o Brasil espera aprovar em breve a regulamentação do mercado de carbono no País. Embaixador extraordinário para a Mudança do Clima, Luiz Alberto Figueiredo Machado lembrou que há um debate longo sobre deveres e direitos de todos os países.  “Os países e sociedades que mais sofrerão são aqueles e aquelas que menos contribuíram negativamente para a criação do problema em si e isso nos remete à questão da justiça climática, de tantos temas duros, mas importantes, que precisam ser equacionados”, afirmou. A diretora de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Ana Paula Repezza, afirmou que o Brasil terá um pavilhão na COP28 com a meta de mostrar a “coerência” de posicionamento do governo brasileiro, da sociedade e do setor privado. “Objetivo é mostrar que o Brasil é um parceiro seguro também do ponto de vista da sustentabilidade”, disse. LEIA: ‘A era de hoje não deve ser de guerra’ diz G20, enquanto Brasil cobra dívida ambiental Na sessão especial “O papel estratégico do Brasil na transição global para uma economia de baixo carbono”, o economista vencedor do prêmio Nobel em 2001, Joseph Stiglitz, observou que o Brasil é um grande exportador de commodities agrícolas e poderá ser um dos mais afetados pelas mudanças climáticas no futuro. O clima do País depende da evaporação decorrente da Amazônia. Sem ela, não há água para o regime de chuvas. “Com a seca, o Brasil não terá alimentos para exportar,”, resumiu. Stiglitz observou que as empresas terão um papel “central” na transição verde e disse que o custo da inação diante das mudanças climáticas é muito maior do que o custo da ação. Diretora de Relações Institucionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Fernanda Baltazar afirmou, no painel “As expectativas do setor privado para a COP28”, que a Câmara já está trabalhando em parceria com governos e empresas de países do Norte da África e do Oriente Médio, lembrando que alguns deles têm uma agenda para 2030 de redução de emissões e estão comprometidos com a transformação da sua economia. “Países árabes têm dado direcionamento para o setor privado. Há muitas empresas focadas em agritechs, greentechs em expansão, além da diversificação em energias renováveis. E para a COP28 isso não será diferente. Como Câmara Árabe, entendemos que o nosso papel é ter entendimento de como os diferentes países árabes têm trabalhado, que oportunidades existem junto com o Brasil”, afirmou Fernanda. “Intencionamos ter interação com o setor privado para que haja o diálogo além da COP, criar uma agenda positiva”, disse. A líder de engajamento do setor privado na COP28, Hanan Sakr, afirmou, por sua vez, que é preciso “empoderar a jornada” de ação climática de empresas pequenas e médias. Para os palestrantes, as empresas terão um papel fundamental na transição para uma economia de baixo carbono, pois enquanto governos serão responsáveis por desenvolver políticas públicas e regulamentações, as empresas podem colaborar com pesquisa, desenvolvimento e inovação para os desafios climáticos. LEIA: Mundo joga um caminhão de lixo, por minuto, nos oceanos Publicado originalmente em Anba

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca