Redação Central, 14 nov (EFE).- As autoridades de Cuba restituíram neste domingo as credenciais de imprensa de apenas dos dois jornalistas da Agência Efe que atuam em Havana, um dia após a decisão de retirar a de cinco profissionais da empresa, que considerou a medida adotada hoje insuficiente.
O Centro de Imprensa Internacional de Cuba comunicou a devolução das credenciais a uma redatora e uma cinegrafista da agência, apenas algumas horas depois da retirada, que foi feita sem qualquer aviso prévio e também afetou outros dois redatores e um fotógrafo.
A presidente da Efe, Gabriela Cañas, comunicou às autoridades cubanas que a decisão de restituir apenas duas credenciais é insuficiente e reforçou o apelo para que sejam devolvidas a todos os jornalistas da agência.
O embaixador da Espanha em Havana, Ángel Martín Peccis, está em contato desde ontem com dirigentes cubanos, para negociar a restituição das credenciais de todos os profissionais da Efe, segundo confirmaram fontes oficiais.
O Ministério das Relações Exteriores da Espanha convocou neste domingo o encarregado de negócios da embaixada de Cuba em Madri, para pedir explicações sobre o caso.
O Centro de Imprensa Internacional de Cuba convocou ontem a equipe da Efe, credenciada atualmente em Havana, com urgência, para comunicar a retirada das credenciais, dois dias antes da passeata convocada contra o governo, que acontecerá amanhã.
As autoridades da ilha não explicaram até o momento se a medida é temporária ou definitiva.
A decisão foi informada um mês e meio depois de ter sido retirada a credencial do coordenador de redação da agência, que atuava em Havana.
Além disso, está pendente o visto de imprensa do novo responsável pela delegação da Efe em Cuba.
As autoridades alertaram que a equipe da Efe não pode realizar trabalho jornalístico a partir deste momento, mas não explicaram os motivos que levaram a retirada do credenciamento dos profissionais.
A medida foi adotada em um momento delicado para Cuba, dois dias antes da passeata convocada pela oposição para a próxima segunda-feira, que foi tornada ilegal pelo governo da ilha, que terá fronteiras reabertas aos estrangeiros amanhã.
Essa é a primeira vez que Cuba retira as credenciais de jornalistas da Agência Efe, e não há informações de que tenha ocorrido decisão semelhante contra outra agência internacional de notícias que atue no país caribenho. EFE