Santa Cruz de La Palma (Espanha), 20 out (EFE).- Drones especialmente configurados tentarão resgatar os cachorros cercados por lava na ilha de La Palma, na Espanha, após um primeiro teste “muito bem-sucedido”, informaram à Agência Efe nesta quarta-feira fontes da Aerocámaras, proprietária dos aparelhos.
O comitê diretor do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca) autorizou na terça-feira a tentativa de resgate destes animais – acredita-se que sejam pelo menos quatro cães, embora possa haver até seis – com drones e aprovou nesta quarta-feira o voo de um drone de reconhecimento na região antes de proceder ao resgate.
Fontes da empresa disseram que o resgate provou ser “viável” porque no primeiro teste realizado o drone percorreu uma distância de 1.200 metros com uma carga de 15,5 quilos e sobrou 35% da bateria.
Os cães permanecem ilhados pela lava desde a erupção do vulcão Cumbre Vieja em 19 de setembro. Para o resgate, a empresa galega utilizará drones de carga especialmente preparados para realizar uma missão pioneira na Espanha.
A equipe de resgate, que foi enviada na terça-feira para preparar a evacuação dos animais, planejou cuidadosamente a operação: os drones começarão entregando comida e bebida aos cães, o que permitirá que os operadores inspecionem o local onde a extração ocorrerá com uma câmera fotográfica com zoom de 30 vezes e uma câmara termográfica, enquanto os animais se habituam ao ruído e à presença do dispositivo.
O segundo passo será quando chegar o momento de realizar o processo de evacuação. A operadora galega usará um drone de carga equipado com o próprio sistema logístico adaptado às características dos animais, juntamente com outro drone de apoio, com o qual o piloto responsável pela operação poderá planejar o voo de salvamento em segurança. A evacuação será individual, cão por cão.
A opção da Unidade de Emergência Militar (UME) e do Grupo de Emergência e Salvamento (GES) de efetuar o resgate por helicóptero foi excluída devido ao elevado risco envolvido no sobrevoo do magma. O acesso por terra também foi considerado inviável devido ao cerco de cinzas e lava. Por esta razão, os veículos aéreos não tripulados se tornaram a primeira (e única) opção para o resgate dos cachorros.
Fontes da organização defensora dos direitos dos animais Leales.org lembraram à Efe nesta quarta-feira que o alerta sobre a presença de animais cercados pela lava começou em 7 de outubro, após um drone de cientistas alemães ter detectado a presença do que inicialmente se pensava ser um gato, uma vez que o dispositivo estava localizado muito alto para determinar com precisão.
Posteriormente, com novos voos de reconhecimento, foi confirmado que havia pelo menos quatro cães, presumivelmente cães de caça, a oeste do bairro Paraíso, e possivelmente mais animais a leste de Todoque. EFE