Um dos eventos paralelos à 40ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro é a 4ª Jornada Profissional organizada pelo projeto setorial Brazilian Publishers, uma parceria da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para promoção do mercado editorial brasileiro no exterior. Como parte da jornada, foram realizadas na quarta-feira (30) e na quinta-feira (31), rodadas de negócios com editoras brasileiras e compradoras estrangeiras convidadas pelo projeto. Dessas, uma é a editora egípcia Al Arabi Publishing, em sua segunda passagem pelo Brasil. Além das rodadas de negócios, a programação da 4ª Jornada Profissional é formada pelas palestras “Licitações no Mercado Colombiano e Mexicano: Desafios e Oportunidades” e “Desafios e Oportunidades da Circulação da Literatura Latino-Americana”, participação da abertura da Bienal, que começa nesta sexta-feira (01) e termina em 10 de setembro, e visita aos estandes dos expositores. De acordo com a coordenadora de Relações Internacionais da CBL e do Brazilian Publishers, Rayanna Pereira, a jornada profissional e sua programação permitem apresentar a produção editorial brasileira ao exterior para empresas que desejam expandir sua atuação para além do mercado local. “A internacionalização é um processo lento e custoso. A Jornada é importante para que empresas brasileiras tenham contato com internacionais aplicando um orçamento menor. Pode até ser um momento para que a companhia brasileira tenha um primeiro contato pessoal com o comprador internacional”, diz Rayanna. As empresas que participam desta edição da jornada, que tem o apoio da Bienal do Livro Rio e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), foram selecionadas pelo comitê gestor do Brazilian Publishers a partir dos mercados-alvo definidos pelo projeto e do interesse das editoras em participar do encontro. Há 11 companhias, entre pequenas, médias e grandes de Colômbia, Eslováquia, Argentina, Moçambique, Estados Unidos, México e Índia. O Egito não é um país alvo do projeto setorial, porém, segundo Rayanna, o comprometimento da Al Arabi Publishing e o trabalho de publicação que a empresa tem feito no país árabe levou o Brazilian Publishers a convidá-la para esta edição, além daquela realizada na Bienal do Livro de São Paulo em 2022. LEIA: A história dos livros de Shadi – Entrevista com o livreiro que viu sua banca de calçada tornar-se conhecida e defendida internacionalmente “Ela [a editora do Egito] tem feito um trabalho incrível com livros brasileiros. Trouxemos novamente para que continuem interessados no nosso mercado editorial”, afirma Rayanna. Entre os autores publicados pela Al Arabi no Egito estão Ana Maria Machado e Raphael Montes. “O mercado árabe tem uma diferença cultural grande em relação ao mercado brasileiro. Eventos como este (Jornada Profissional), também o Student Fellowship Program de Istanbul (na Turquia) e a Feira Internacional do Livro de Sharjah (nos Emirados Árabes Unidos) são importantes para quebrar a distância e promover o contato. Eles têm interesse em ampliar (a compra de livros brasileiros)”, diz Rayanna. Geralmente, nas rodadas de negócios do setor são negociados os direitos autorais para publicação em outros países ou o próprio livro, que tem um nicho de mercado já consolidado em alguns países. A demanda é por obras de todos os gêneros, com um destaque maior para literatura infantil. A rodada de negócios de 2022 foi realizada na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Somou US$ 650 mil negócios para os 12 meses seguintes àquele encontro. Publicado originalmente em Anba