Santa Cruz de Tenerife (Espanha), 3 nov (EFE).- Os cientistas do Plano de Emergências Vulcânicas das Ilhas Canárias (Pevolca) falaram nesta quarta-feira pela primeira vez de “sinais positivos” que, se apresentarem uma consolidação nos próximos dias, podem indicar que o final da erupção na ilha espanhola de La Palma está mais próximo.
A diminuição do sinal de tremor desde a tarde de terça-feira e a tendência descendente do dióxido de enxofre (SO2) no cume são os parâmetros que fazem os especialistas pensarem assim, além da atividade sísmica, que permanece nas mesmas áreas e profundidades.
Embora a evolução do tremor e os dados de emissão de SO2 “sejam sinais positivos, não há dúvida”, a porta-voz do comitê científico de Pevolca, Carmen López, frisou que ainda são “valores muito altos”.
“Se continuarmos neste caminho, estaremos bem”, acrescentou a cientista no dia em que o Instituto Geográfico Nacional da Espanha localizou um terceiro tremor de magnitude 5, a maior desde 19 de setembro, quando iniciou a erupção.
As aulas foram suspensas durante três dias em vários municípios da ilha devido à má qualidade do ar, por causa das cinzas expelidas pelo vulcão.
Contudo, a partir desta tarde espera-se que a nuvem de cinzas se vire para sul, o que representa um cenário favorável para as operações no aeroporto de La Palma. A previsão meteorológica indica que na quinta-feira haverá chuva leve no norte e no leste da ilha.
A partir desta quarta-feira, as pessoas afetadas pela erupção podem apresentar os seus pedidos de ajuda através de um registro único e presencial.
A erupção em La Palma continua a causar danos 45 dias após o início da emergência vulcânica. Há 2.083 pessoas afetadas cujas casas estão debaixo dos fluxos de lava do vulcão, assim como diversas lojas e outras empresas que também foram danificadas ou desapareceram.
Além disso, mais de 7.000 pessoas foram evacuadas do perímetro do vulcão como medida de precaução.
A área coberta por lava é de quase 998 hectares de terra, de acordo com os últimos dados do sistema europeu de monitoramento por satélite Copernicus, o que calcula a área coberta por cinzas em 6.686 hectares. EFE