O ex-vice-presidente da Argentina Amado Boudou (2011-2015) foi posto nesta sexta-feira em liberdade depois que a Justiça do país anulou a prisão preventiva em dois processos por suposta apresentação de contas falsas e por lavagem de dinheiro.
O Tribunal de apelações da Câmara Federal ordenou esta manhã soltar Boudou, em uma decisão à qual a Agência Efe teve acesso, no processo que investiga as despesas em viagens para o exterior quando foi ministro de Economia (2009-2011).
Em declarações para a imprensa ao sair da prisão, Boudou denunciou que “o sistema está passando por cima da presunção de inocência, e tem a ver mais com o escárnio que com a justiça”, assegurando que “o poder judiciário está fazendo abuso”, em relação aos múltiplos casos de kirchneristas que estão detidos.
O ex-vice-presidente também disse estar “muito convencido do que foram os governos de Néstor Kirchner (presidente no período 2003-2007) e os dois de Cristina (Fernández, presidente em 2007-2015)”.
Na decisão em que ordenou sua “imediata” liberdade, o Tribunal de Apelações questionou a prisão que tinha sido ordenada pelo juiz de primeira instância, em linha com o sustentado pela defesa de Boudou: “Não haviam as condições para uma detenção da noite para o dia de uma pessoa que está submetida a processo de cinco anos”, afirmou o seu advogado, Eduardo Marañona, ao canal “TN”.
“Ele era ministro da Economia e nessa condição ia a reuniões do G20 e se reunia com ministros de todas as partes do mundo, imagine se ia ficar vendo se pagava isto ou aquilo, ou se haviam notas”, sustentou seu advogado.
EFE