Madri, 11 nov (EFE).- A gestora aeroportuária espanhola Aena deve cumprir o plano de investimentos previsto para os seis aeroportos que administra no Brasil, conforme exigiu o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Segundo fontes do Ministério da Infraestrutura, durante uma reunião nesta quinta-feira na capital espanhola, Tarcísio “foi muito firme sobre os investimentos que estão atrasados, mas saiu muito calmo e satisfeito com a posição da Aena, que disse que o contrato vai ser cumprido”.
Fontes da operadora aeroportuária espanhola explicaram à Efe que a Aena Brasil já iniciou obras nos aeroportos de Recife, João Pessoa e Campina Grande e em breve começará as dos aeroportos de Maceió, Aracaju e Juazeiro do Norte. A companhia obteve a concessão para operar os seis terminais em 2019 por um prazo de 30 anos.
Ainda segundo a Aena, obras relacionadas à reforma de banheiros, climatização, sinalização, disponibilização gratuita de wi-fi, iluminação, escadas rolantes, acessibilidade e correção de rachaduras, entre outras, já foram realizadas nos seis terminais.
A reunião com Tarcísio contou com as presenças do presidente da Aena, Maurici Lucena, do diretor geral de Aeroportos e diretor executivo, Javier Marín, e do diretor de Subsidiárias Internacionais, Rodrigo Marabini.
GRANDE INTERESSE NAS PRIVATIZAÇÕES BRASILEIRAS.
O ministro da Infraestrutura reuniu-se nesta quinta-feira com representantes de empresas espanholas (Aena, Sacyr e Abertis) para apresentar a última parcela do plano de privatizações do governo brasileiro, que planeja colocar 49 ativos no mercado em 2022.
As três empresas estão muito interessadas neste programa de privatizações e estão analisando as operações “em grande profundidade”, pois os ativos são “muito atraentes e em bom estado”, segundo fontes do governo, que têm a “percepção” de que elas continuarão a investir no Brasil.
O governo brasileiro planeja leiloar em março três blocos com 16 aeroportos, incluindo os de Congonhas e Santos Dumont. A Aena não informou se vai participar deste leilão.
Tarcísio visita a Espanha como parte de uma programação no exterior que incluiu passagens por França e Itália e depois continuará nos Emirados Árabes Unidos para apresentar o programa de privatizações até 2023 e tentar atrair investidores.
Entre 2019 e 2021, o Brasil privatizou 77 ativos, com os quais arrecadou US$ 3,49 bilhões e comprometeu investimentos de US$ 16,31 bilhões, que devem gerar 1,2 milhão de empregos.
Até 2022, o governo planeja privatizar 49 ativos, incluindo o leilão de 16 aeroportos mencionado acima, bem como 12.929 quilômetros de rodovias, dois terminais no porto de Santos e a linha ferroviária Ferrogrão, entre os estados de Mato Grosso e Pará.
Segundo cálculos do Ministério da Infraestrutura, o Brasil pode atrair R$ 1 trilhão em investimentos privados com as concessões já realizadas e as planejadas até 2022.
Fontes da Sacyr confirmaram que a reunião com o ministro brasileiro contou com a presença do presidente da empresa, Manuel Manrique.
A Sacyr conta com uma concessão de rodovia no Brasil, a RS-287, no Rio Grande do Sul, e vários projetos ferroviários: nos sistemas de metrô de Fortaleza e São Paulo, assim como na ferrovia Norte-Sul.
A Abertis não comentou a reunião. EFE