Durante reunião em Doha, o Conselho de Ministros da Cultura do Mundo Islâmico declarou nesta terça-feira (26) a cidade palestina de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, como capital da cultura islâmica para o ano de 2026. As informações são da agência de notícias Wafa. Hebron, conhecida por seu patrimônio religioso, foi escolhida como resposta aos esforços de Israel para apagar a identidade árabe-islâmica da cidade em favor do supremacismo colonial judaico. O ministro da Cultura da Autoridade Palestina (AP), Atef Abu Saif, enalteceu a decisão como forma de denunciar as ações de Israel para lesar e expropriar o legado e artefatos históricos da cidade. Segundo Abu Saif, atividades culturais serão realizadas na região. LEIA: Unesco declara ruínas palestina de Jericó como Patrimônio da Humanidade Abu Saif reiterou a importância de informar a comunidade islâmica global sobre as violações em Hebron, integrada em 2017 à lista de Patrimônios Mundiais da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). “Temos a responsabilidade de mostrar o que acontece em Hebron a muçulmanos de todo o mundo, ao deixar claro que preservar nossos lugares santos e identidade palestina da cidade requer esforços e intervenções firmes de todos nós”, comentou o ministro. Hebron é lar da Mesquita Abraâmica, ou Túmulo dos Patriarcas, onde o profeta Abraão (em árabe, Ibrahim) e sua esposa estão sepultados, junto de figuras notáveis do Islã, conforme a tradição. Em 1994, após um colono ilegal conduzir um massacre na mesquita, Israel decidiu dividi-la entre judeus e muçulmanos. Desde então, árabes e muçulmanos têm acesso cada vez mais restrito ao santuário e às vias que levam a ele. Colonos extremistas, por outro lado, são escoltados por tropas ocupantes ao local. Jerusalém foi capital cultural islâmica para 2019 e capital cultural árabe em 2009. Belém foi capital da cultura árabe no ano de 2020. LEIA: Hebron, a cidade impossível e a luta conjunta