Infraestrutura crítica não pode ser alvo, alerta Cruz Vermelha sobre ações de Israel

Diário Carioca
Destroços deixados pelos bombardeios israelenses no campo de refugiados de al-Shati, na Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reiterou nesta terça-feira (10) que a infraestrutura crítica não pode ser usada como alvo de guerra, após Israel cortar por completo o abastecimento de insumos essenciais à Faixa de Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em comunicado, alertou Mirjana Spoljaric, presidente da organização: “Infraestrutura das quais dependem vidas, como luz e água, não podem ser alvos. Independente de qualquer cerco militar, autoridades devem garantir que civis tenham acesso a necessidades básicas, incluindo água potável, alimentos e tratamento médico”.

Spoljaric expressou preocupação “extrema” sobre o sofrimento das famílias de Gaza e prontificou a Cruz Vermelha a fazer todo o possível para ajudá-las.

“Trabalhadores humanitários devem receber salvo-conduto para socorrer os necessitados”, acrescentou. “Instalações e profissionais de saúde jamais podem ser alvos”.

Spoljaric advertiu que civis costumam pagar o mais alto preço do conflito e instou as partes relevantes a respeitar suas obrigações sob a lei internacional e evitar maior dano.

“Todos devem exercer moderação e proteger vidas e propriedades civis. Matar ou maltratar civis é proibido pela Convenção de Genebra. As resoluções também exigem que os feridos e os doentes recebam cuidados. Pessoas detidas devem ser tratadas digna e humanamente. A tomada de reféns é proibida pela lei internacional e é urgente devolvê-los ilesos”.

Spoljaric lamentou a violência sem precedentes em anos na região e reconheceu “potencial de uma escalada ainda mais drástica, causando ainda mais dor e angústia a todas as partes”.

“Sem comedimento imediato, enfrentamos um desastre humanitário” prosseguiu a Cruz Vermelha, ao pedir às partes que evitem recorrer a retórica de guerra.

A Operação Tempestade de Al-Aqsa foi lançada por volta das 6h15 da manhã de sábado contra postos militares e assentamentos no território designado Israel — isto é, tomado durante a Nakba ou “catástrofe”, mediante limpeza étnica, em 1948.

A ação é resposta às violações do regime de apartheid na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, à escalada de violência colonial na Cisjordânia e o cerco militar sufocante imposto contra Gaza há 17 anos.

Em retaliação, Israel deu início a bombardeios indiscriminados ao território costeiro, deixando 830 mortos e 4.250 feridos.

Share This Article
Follow:
Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca