Dois cidadãos palestinos do território considerado Israel foram mortos a tiros na manhã desta quarta-feira (6) dentro de seu veículo, em um pomar de oliveiras próximo à aldeia árabe de Abu Snan, no norte da Galileia. Segundo o jornal israelense Haaretz, Yahya (28) e Omar Saadi (23) eram residentes da aldeia vizinha de Jadeidi-Makr. Conforme análise preliminar do Magen David Adom (MDA), serviço nacional de emergência médica de Israel, os agressores alvejaram deliberadamente o torso das vítimas, o que indica homicídio doloso – quando há intenção de matar. Amin Suaed, médico da agência, comentou: “Quando chegamos ao local, encontramos dois homens entre 20 e 30 anos, inconscientes, em um veículo localizado perto de um pomar de oliveiras, ao lado da estrada. “Conduzimos exames clínicos e não encontramos sinal de vida; então, declaramos o óbito”. A polícia israelense abriu um inquérito sobre o crime. Segundo seu comunicado, drones foram enviados à área para buscar os responsáveis. LEIA: Deputado árabe denuncia Israel por criminalidade nas comunidades palestinas O ataque a tiros sucede uma greve geral nas cidades árabes em Israel, nesta terça-feira (5), em protesto a índices de criminalidade que indicam negligência e discriminação da polícia. Neste ano, mais de 170 palestinos foram mortos devido à crise. Conforme o Haaretz, julho demonstrou um pico particular nas letalidades. A greve foi deflagrada pela morte do proeminente imã Sami Abed al-Latif (60), baleado na aldeia de Kafr Qara, no último sábado (2). Dois dias antes, um duplo homicídio ocorreu no mesmo local. Al-Latif era conhecido por mediar conflitos em sua comunidade. Palestinos do território considerado Israel – isto é, ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, mediante limpeza étnica planejada – enfrentam discriminação sistêmica, tratados como cidadãos de segunda classe, em favor de políticas supremacistas judaicas. Organizações internacionais denunciam as práticas de Israel como apartheid, à medida que os palestinos nativos são privados de serviços básicos, como educação, trabalho, segurança e saúde, com base em discriminação racial institucionalizada. LEIA: ‘Meus direitos são mais importantes do que os direitos dos árabes’, afirma Ben-Gvir