Israel emitiu mais de 2.200 ordens de detenção administrativa contra palestinos apenas neste ano, reportou ontem (31) o Clube dos Prisioneiros Palestinos, ong que monitora a situação de direitos humanos nos territórios ocupados. Conforme a denúncia, ao menos 70 prisioneiros em detenção administrativa – isto é, sem julgamento ou sequer acusação – continuam a boicotar a tramitação de seu processo nas cortes militares de Israel. Os presos buscam contestar o mecanismo ilegal e endêmico de detenção administrativa, através do qual Israel retém centenas de palestinos sem direito à defesa sob pretexto de represar evidências “secretas” contra eles. O número de prisioneiros em detenção administrativa atualmente nas cadeias de Israel excedeu 1.200 pessoas, incluindo 21 menores de idade e três mulheres. Em nota, o Clube dos Prisioneiros Palestinos reiterou que a maioria daqueles que boicotam os tribunais militares são prisioneiros de segunda viagem que passaram anos sob detenção administrativa. Muitos recorreram à greve de fome. LEIA: Saúde de Ahmed Manasra sofre grave piora nas cadeias de Israel Quatro palestinos em custódia – três em detenção administrativa – estão em greve de fome: Kayed al-Fasfous, Sultan Khalouf, Abdul-Rahman Baraka e Maher al-Akhras. Três prisões israelenses concentram os palestinos em custódia sob detenção administrativa: Ofer, Negev e Megiddo. O ano de 2022 registrou recorde de mandados de detenção administrativa em cinco anos, com 2.409 ordens do tipo emitidas pelo judiciário ocupante. O ano corrente, porém, deve superar os índices, com 370 mandados somente em julho.