Israel ordenou a evacuação de 20 hospitais no norte da Faixa de Gaza, seis dos quais esvaziados às pressas, reportou neste sábado (21) a agência Anadolu.
A notificação serve de prelúdio e tentativa de álibi a bombardeios a instalações civis, como ocorreu contra o Hospital Baptista al-Ahli nesta semana, deixando centenas de mortos. Os alertas são exíguos, dado que muitos pacientes não podem ser transferidos.
“Quatro hospitais negaram as ordens de evacuação, o restante está em processo de ser evacuado”, declarou um oficial anônimo à rádio militar israelense.
A fonte insistiu em justificar o ataque contra civis ao descrevê-los como “escudos humanos”, ao preconizar um bombardeio a cerca de 30 mil palestinos que se abrigam nos arredores do hospital de Shifa.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades internacionais alertam para a gravidade da crise humanitária em Gaza sob cerco e bombardeio de Israel.
Ao defender as ações de punição coletiva, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu a população de Gaza como “animais”.
O oficial israelense adotou a negativa facciosa de seu governo: “Não há crise humanitária em Gaza”. Segundo seu plano de expulsão em massa e limpeza étnica, alegou a fonte, “em torno de 700 mil pessoas foram esvaziadas do norte ao sul de Gaza”.
Israel ordenou 1.1 milhão de pessoas radicadas no norte da pequena faixa costeira para que deixem suas casas com urgência, sob bombardeios ininterruptos a todas as rotas de fuga, a fim de forçar sua transferência ao deserto do Sinai.
Israel tampouco permite que se estabeleça um corredor humanitário a Gaza. A população continua sem energia elétrica, água, comida e medicamentos. Os hospitais — muitos dos quais alvejados por ataques — estão à beira do colapso.