Jornalistas brasileiros denunciam ataques da segurança de Bolsonaro em Roma

Diário Carioca

Roma, 31 out (EFE).- Alguns jornalistas brasileiros que cobrem a viagem de Jair Bolsonaro a Roma, denunciaram neste domingo que seguranças do presidente os atacaram e intimidaram enquanto tentavam fazer seu trabalho nas ruas da capital da Itália.

Os ataques ocorreram hoje quando Bolsonaro deixou a embaixada brasileira na Itália, localizada na praça de Navona, para passear e cumprimentar alguns brasileiros vestidos com camisas da seleção brasileira e munidos de balões com as cores da bandeira do país.

Como aparece em alguns vídeos gravados pelos repórteres, os seguranças italianos, alguns deles policiais, embora não se identificassem como tais, tentaram impedir o trabalho dos jornalistas empurrando-os para fora das ruas enquanto Bolsonaro fazia selfies e conversava com cidadãos brasileiros.

O correspondente do “UOL” Jamil Chade confirmou o ocorrido à Agência Efe e acrescentou que uma produtora da “TV Globo” foi empurrada, enquanto um agente de segurança torceu seu braço e tirou o telefone com o qual ele havia gravado um dos ataques. No final, depois do resto dos jornalistas ter repreendido o agente, ele jogou o telefone no chão que foi recuperado por Jamil.

Ele disse que os 12 repórteres que estavam fora da embaixada vão relatar o que aconteceu à polícia italiana nas próximas horas.

Bolsonaro acabou desistindo da caminhada e voltou para a embaixada.

Jornalistas brasileiros que seguiram os passos do presidente disseram à Efe que ele praticamente não participou dos trabalhos do G20 e não foi pela manhã quando o príncipe Charles e os demais participantes abordaram a questão do Clima, assim como não participou de encontros bilaterais com outros países.

Bolsonaro também não apareceu esta manhã para a foto de família na Fontana di Trevi.

O presidente se reuniu apenas com os dirigentes da OCDE e da OMS, enquanto foram veiculados nas redes sociais, vídeos de suas caminhadas ontem pela Fontana de Trevi e hoje pelo Castelo de Santo Ângelo.

Bolsonaro não comparecerá amanhã à 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, e viajará para a cidade de Anguillara Veneta, em Pádua, (nordeste da Itália) de onde partiu o primeiro Bolsonaro que emigrou para o Brasil no final do século XIX e de onde receberá o título de “cidadão honorário”.

Um prêmio pelo qual autoridades e outras associações protestaram energicamente e até mesmo um dos muros da prefeitura, governada pelo partido de extrema-direita Liga, apareceu coberto de esterco como protesto.

Em seguida, ele irá para a cidade de Pistoia, no centro da Itália, para uma cerimônia em frente a um monumento erguido em memória dos 500 brasileiros que morreram na Segunda Guerra Mundial e que contará também com a presença do líder da Liga e ex-ministro do Interior italiano Matteo Salvini. EFE

ccg/phg

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