O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu na manhã deste domingo, 21/5 (noite de sábado, 20/5, no horário de Brasília), com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, em Hiroshima (Japão), onde ambos participam da cúpula estendida do G7. Eles conversaram sobre comércio, proteção do meio ambiente, a situação no hemisfério e a guerra na Ucrânia.
“Esse encontro com o primeiro-ministro do Canadá, para o Brasil, é extremamente importante porque nós temos uma relação comercial razoavelmente bem sucedida de praticamente US$ 10,5 bilhões. E o que é importante é que não tem vantagem para nenhum país, é mais ou menos igual. E nós achamos que Brasil e Canadá têm condições de dobrar as relações comerciais”, disse o presidente brasileiro na abertura do encontro.
Para ele, um dos principais pontos de convergência entre os dois países para os próximos anos é a questão da preservação ambiental como forma de combater as mudanças climáticas.
“Ao mesmo tempo, interessa ao Brasil conversar com o Canadá sobre a questão do clima. A questão do clima mexe com o mundo inteiro, tem muita gente falando e pouca gente fazendo o que tem que ser feito, acordos muitas vezes não são cumpridos”, ressaltou. E lembrou que o mundo não cumpriu o protocolo de Kyoto, nem o acordo de Paris, nem a COP-15. “É preciso que a gente assuma a responsabilidade de que a questão do clima não espera a vontade política nossa. Ela exige que sejamos mais rápidos, mais precisos, porque senão, quando formos tomar decisões será tarde demais”, alertou Lula.
A convergência de interesses também foi ressaltada por Trudeau durante sua fala inicial. “É um grande prazer me encontrar com o presidente Lula. Temos muito em comum, seja nas questões de meio ambiente, povos originários, parcerias, seja apoiando os trabalhadores e criando um futuro melhor para todos. Esses são alguns dos assuntos globais sobre os quais desejo falar”, declarou o primeiro-ministro canadense.
Essa foi a sexta reunião bilateral de Lula com um chefe de Estado ou governo desde que chegou ao país asiático, na última sexta-feira. Até o momento, ele já conversou com líderes da Austrália, Japão, Indonésia, França e Alemanha, além de uma conversa com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).
RELAÇÕES BILATERAIS — O Canadá tem com o Brasil relações diplomáticas e comerciais profundas e de longa data, além de coordenação sobre diversos temas regionais e multilaterais. Além disso, o Canadá é o 13º parceiro comercial do Brasil. Os dois países possuem relação de investimentos sólida e de longa data. O Canadá é o 11º maior investidor no Brasil, que, por sua vez, é o maior investidor da América Latina no Canadá e o 12º em termos mundiais.
Há processos de diálogo e cooperação bilateral em educação; ciência, tecnologia e inovação; assuntos militares; e energia e mineração. Também existe um fluxo crescente de estudantes e imigrantes brasileiros ao Canadá, favorecido pelo caráter multiétnico e multicultural da sociedade canandense.
COMÉRCIO E INVESTIMENTOS — Em 2022, o comércio entre Brasil e Canadá totalizou US$ 10,56 bilhões, um aumento de 40,9% em relação a 2021. As exportações brasileiras chegaram a US$ 5,39 bilhões, ao passo que as importações vindas do Canadá somaram US$ 5,16 bilhões. O superávit brasileiro totalizou US$ 232,1 milhões.
Entre os principais produtos de exportações brasileiras para o Canadá destacaram-se, em 2022: ouro; alumínio; açúcar; produtos semiacabados, ferro e aço; produtos industrializados e café.
Os principais produtos canadenses importados em 2022 incluíram adubos ou fertilizantes químicos (cerca 72% do total); produtos industrializados; aeronaves e polímeros de etileno.
