O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã deste sábado (9) um telefonema do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os dois líderes conversaram sobre a situação em Essequibo, território em disputa entre os dois países.
O que você precisa saber:
- Lula e Maduro reafirmaram o compromisso com o diálogo e a mediação para resolver a disputa por Essequibo.
- A Venezuela aprovou em referendo a anexação do território, o que foi condenado pela Guiana e pelos países da América do Sul.
- O governo dos Estados Unidos anunciou a realização de exercícios militares aéreos conjuntos com a Guiana, o que aumentou a tensão na região.
Diálogo e mediação
Durante a conversa, Lula transmitiu a Maduro a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão de Essequibo. O presidente brasileiro também expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile.
Lula lembrou a longa tradição de diálogo na América Latina e que a região é uma zona de paz. Ele também sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, faça uma mediação sobre o assunto entre as duas partes envolvidas.
Tensões na região
A disputa por Essequibo tem sido uma fonte de tensão na região há décadas. O território, que faz fronteira com o norte do Brasil, é reivindicado pela Venezuela desde 1899.
No domingo (3), a Venezuela aprovou em referendo a anexação do território. O presidente venezuelano já determinou a criação de um estado na área disputada, o que foi condenado pela Guiana e pelos países da América do Sul.
Na sexta-feira (8), o assunto entrou na pauta do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O governo dos Estados Unidos anunciou a realização de exercícios militares aéreos conjuntos com militares da Guiana, o que aumentou a tensão na região.
Brasil à disposição
Lula também reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar as iniciativas de mediação. Ele pediu que não haja ações unilaterais que piorem a situação.