Manifestantes invadem prefeitura de cidade cazaque em meio a crise por gás

Diário Carioca

Nursultan, 5 jan (EFE).- Mais de 1.000 manifestantes invadiram nesta quarta-feira a sede da prefeitura de Almaty, maior cidade do Cazaquistão, em meio a protestos que acontecem no país há vários dias após um aumento dos preços do gás.

EFE/STR

De acordo com a agência de notícias “Interfax-Kazakhstan”, chamas e uma densa fumaça podem ser vistas das janelas do segundo andar do edifício, enquanto os manifestantes o cercam e gritam palavras de ordem como “Avante, Cazaquistão”.

EFE/STR

Armados com bastões, os manifestantes forçaram os policiais que faziam a segurança do prédio a recuar para ruas próximas e tiraram de vários deles escudos e coletes à prova de balas.

Além disso, de acordo com fontes locais, a sede do Ministério Público está em chamas, assim como 30 veículos, tanto policiais como particulares.

Serviços de internet estão cortados em grande parte do país, e os de telefonia móvel apresentam limitações.

Horas antes, o Ministério do Interior do Cazaquistão informou que um grupo de mais de 300 jovens seguia em direção à sede municipal. A polícia iniciou uma operação de contenção e detonou várias granadas, mas não conseguiu conter o protesto.

Na cidade de Aktobe, no oeste do país euroasiático, manifestantes também conseguiram invadir a sede da prefeitura, que foi sitiada por mais de mil pessoas, segundo a imprensa cazaque.

Na cidade de Kostanai, no norte, dezenas de pessoas se reuniram fora da sede da administração municipal, mas a polícia conseguiu evitar uma invasão.

Em Petropavl, também no norte, policiais dispersaram cerca de 50 manifestantes que também foram para a sede da prefeitura local.

Nesta quarta-feira, o presidente cazaque Kasim-Yomart Tokayev aceitou a renúncia do governo do país e nomeou um primeiro-ministro interino após intensos protestos provocados por um forte aumento no preço do gás liquefeito, usado por muitos cazaques para abastecer seus veículos.

A fim de frear a agitação, Tokayev ordenou a implementação da regulamentação estatal de preços de bens de primeira necessidade, incluindo gás liquefeito, gasolina e diesel, por 180 dias.

Ele também impôs um teto para o aumento dos preços dos serviços comunitários no mesmo período e levantou a necessidade de estudar a possibilidade de subsidiar o aluguel de moradias para os setores mais vulneráveis da população. EFE

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