Cidade do México, 20 nov (EFE).- O governo do México celebrou neste sábado o 111º aniversário da Revolução Mexicana de 1910, o primeiro ato oficial de massas desde o início da pandemia de covid-19, com uma homenagem para enaltecer o crescente papel das Forças Armadas em tarefas públicas.
Diante milhares de presentes e soldados participantes no Zócalo, na Cidade do México, o presidente Andrés Manuel López Obrador destacou a “nova ordem social” criada pela Revolução, na qual Francisco I. Madero pôs fim à ditadura de três décadas de Porfirio Díaz.
“Há algo que também herdamos da Revolução, que nestes tempos está se revelando essencial para a transformação do país. Eu me refiro à empenhada contribuição das Forças Armadas”, declarou o presidente em frente ao Palácio Nacional.
López Obrador considera a Revolução Mexicana a “terceira transformação” do México, após a luta pela Independência de 1810 e a Guerra da Reforma de 1857.
O presidente, que agora afirma liderar a “quarta transformação” do México, prestou homenagem ao aniversário por ter trazido “maior mobilidade e justiça”. Mas também celebrou o fato de, na sua opinião, a Revolução ter dado origem ao atual Exército mexicano “para defender a legalidade e a democracia”.
“(As Forças Armadas) vêm de baixo e têm como origem a identidade do México profundo. O soldado é um povo uniformizado e é por isso que nunca trairá o seu povo, nunca trairá a liberdade, a justiça, a democracia”, argumentou.
O papel crescente das Forças Armadas nas tarefas públicas, desde a construção até à contenção da imigração, causou controvérsia no atual mandato de seis anos de López Obrador, que as concedeu o poder de participar da segurança pública.
Na quarta-feira passada, o presidente anunciou a criação de “uma empresa” para a Secretaria de Defesa Nacional (Sedena) para controlar o Tren Maya no sudeste do país, os aeroportos de Tulum, Chetumal e Palenque, e o novo aeroporto Felipe Angeles que está sendo construído na capital.
O diretor da Sedena, Luis Cresencio Sandoval, defendeu neste sábado “a transformação que o país está atualmente realizando” e a participação das Forças Armadas.
“O interesse nacional está e estará sempre acima de qualquer outro, ou de qualquer conjectura que possa ser feita sobre o nosso trabalho, porque para as Forças Armadas e a Guarda Nacional está claro que a subordinação ao poder civil é norma, responsabilidade e convicção”, comentou.
O evento ocorreu com um desfile pelo centro da Cidade do México e uma condecoração de cerca de 1.860 mulheres e 13 mil homens do Exército. EFE