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Neozelandeses pressionam parlamento, buscam apoio a Gaza

Diante do genocídio israelense em Gaza, cidadãos neozelandeses encaminharam uma petição a seu parlamento em busca de apoio à população no território sitiado, de acordo com informações da agência de notícias Anadolu.

“Pedimos ao governo da Nova Zelândia que cumpra suas obrigações segundo a lei internacional e demonstre liderança moral ao restante do mundo em apoio aos direitos humanos do povo palestino e denúncia aos crimes de guerra cometidos por Israel”, destacou a petição.

O documento, com 16 mil assinaturas, foi entregue ao deputado trabalhista Phil Twyford, em frente ao legislativo na capital Wellington.

“Criamos um visto especial às famílias de neozelandeses na Ucrânia, para que deixassem a zona de guerra. Não fazer o mesmo para os palestinos de Gaza é uma política vergonhosa de dois pesos e duas medidas”, comentou Twyford, ao sinalizar apoio à petição.

Chloe Swarbrick, colíder do Partido Verde, também declarou apoio à medida.

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A ministra da Imigração, Erica Stanford, reconheceu que Gaza passa pelo que descreveu como “crise humanitária inimaginável”. No entanto, insistiu em distinguir Gaza do contexto na Ucrânia, ao alegar que as “pessoas podiam sair — podiam pegar um avião e ir à Nova Zelândia”.

“Não vou emitir vistos que são uma falsa esperança, a pessoas que, em grande escala, não podem sair”, afirmou Stanford. “Quando a situação mudar, revisaremos a medida”.

Twyford contrapôs: “É mais do que a hora do governo federal encontrar sua coragem e fazer o que é certo, como esperam seus cidadãos”.

Religião como pretexto

Os signatários reivindicam ainda que o governo peça um cessar-fogo imediato, incondicional e monitorado internacionalmente em Gaza, além da provisão de assistência humanitária à população civil, que enfrenta fome generalizada.

Nelson Rachel Boyack, também deputado do Partido Trabalhista, instou colegas de “todas os credos e religiões que ergam sua voz pela Palestina”.

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“Nossa fé vem sendo usada para travar uma guerra que é fundamentalmente sobre terra e poder”, apontou Boyack. “Disse na Câmara nesta semana que, como cristão, me dói enormemente ver pessoas usarem da fé para matar e ferir outras pessoas”

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do braço armado do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

Entretanto, reportagens do jornal Haaretz mostraram que uma parcela considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de chefes militares de Israel para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Em Gaza, são 32.490 palestinos mortos e 74.889 feridos desde 7 de outubro, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de pessoas desabrigadas pelas ações de Israel. Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

Na segunda-feira (25), o Conselho de Segurança aprovou uma resolução por um cessar-fogo em Gaza até o fim do mês islâmico do Ramadã, em 9 de abril. Os Estados Unidos, que vetaram outras três resoluções, decidiram abster-se, permitindo a ratificação da proposta.

O Hamas acatou a medida; no entanto, sem a anuência de Israel, que manteve bombardeios a Gaza ao longo da semana.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio