Nairóbi, 3 nov (EFE).- As temperaturas nas cidades de todo o mundo estão subindo duas vezes mais rápido que a média global devido à rápida urbanização e substituição da vegetação por asfalto, estruturas de concreto e outras infraestruturas, anunciou nesta quarta-feira o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
“Com o crescimento da população, especialmente nos trópicos e a rápida urbanização, o impacto da emergência climática está sendo sentido com mais intensidade nas cidades”, explicou um relatório do Pnuma intitulado “Combatendo o calor: manual de resfriamento urbano sustentável”.
Em 2100, as temperaturas nas cidades de todo o mundo podem subir em média até 4,4 graus Celsius, mais que o dobro do limite estabelecido no Acordo de Paris, segundo uma equipe internacional de pesquisadores envolvidos no relatório.
As comunidades mais afetadas por esta crise climática serão aquelas de menor renda, estabelecidas em áreas urbanas com poucos espaços verdes e poucas possibilidades econômicas de adaptação às mudanças.
Além disso, para suportar o aumento das temperaturas, muitas pessoas da classe média baixa têm a opção de instalar ar-condicionado em suas casas – nos países desenvolvidos, 2,3 bilhões de pessoas logo comprarão esse tipo de aparelho – cenário que o Pnuma considera ambientalmente “insustentável”.
“Essas práticas de resfriamento tendem a consumir muita energia e dependem em grande parte da eletricidade gerada por combustíveis fósseis, agravando ainda mais o problema do calor residual e das emissões de gases poluentes para o ambiente urbano”, enfatizou o Pnuma.
“O aquecimento das cidades ocorrerá a menos que haja reduções imediatas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa”, alertou.
Para reduzir as consequências da crise climática, o Pnuma também propôs às autoridades municipais um planejamento urbano que leve em conta a importância das áreas verdes e o lançamento de programas de conscientização, entre outras medidas. EFE
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