Lima, 14 out (EFE).- O partido Perú Libre, do qual o presidente peruano, Pedro Castillo, fazia parte ao ser eleito, anunciou nesta quinta-feira que não dará voto de confiança ao novo gabinete, por considerar que houve uma guinada para a centro-direita.
A informação foi divulgada, através de comunicado, pelo líder da legenda, Vladimir Cerrón, que questiona o aumento do número de membros do governo que classificou como “caviar”.
“Existe uma indisfarçável guinada política do governo e do gabinete rumo ao centro-direitismo”, criticou o principal expoente do partido de cunho marxista.
“A atual composição tem partidos sem registro, sustentados por ONGs americanas, que co-governaram com os últimos quatro governos e agora, com esse atual”, completa a nota.
O comunicado da presidência do Perú Libre critica até a nomeação da nova ministra do Trabalho, Betsy Chávez, e do Desenvolvimento e Inclusão Social, Dina Boluarte – também vice-presidente do país -, ambas integrantes da legenda.
De acordo com o texto divulgado por Cerrón, as indicações não representam o grupo político, já que ambos correspondem a decisões individuais.
O texto ainda convoca a todos os parlamentares que são filiados ao Perú Libre recomponham a bancada da legenda no Congresso, e acusou que há uma intenção de criação de partido próprio no entorno de Castillo.
Em julho, a Federação Nacional de Trabalhadores na Educação do Peru (Fenate Perú), sindicato fundado pelo atual presidente do país, recebeu o registro junto ao Ministério do Trabalho e Promoção Social do Emprego, o que representaria o primeiro passo para a transformação em movimento político.
Entre os 37 parlamentares eleitos pelo Perú Libre, cerca de 13 têm vínculos mais próximos com Castillo do que com Cerrón, o que indica a formação de um grupo parlamentar independente. EFE