La Paz, 10 nov (EFE).- O presidente da Bolívia, Luis Arce, não participará nesta quarta-feira dos atos oficiais pela comemoração dos 211 da libertação da região de Potosí, onde foram acontecem protestos contra a presença do chefe de governo, inclusive, com o registro de uma morte e de diversos feridos.
O porta-voz da presidência boliviana, Jorge Richter, anunciou que Arce desistiu de estar presente na celebração, devido aos “atos de violência” ocorridos ontem, com confrontos entre opositores e camponeses apoiadores do governo.
“Não é necessário dar mais uma justificativa para que possam mobilizar ou se manifestar de forma violenta. O presidente não estará lá”, disse o representante do governo sobre a presença de Arce em Potosí.
Nesta terça-feira, a região foi palco de protestos de grupos ligados ao Comitê Cívico, que aderiram à greve geral em todo o país, como forma de rechaçar a lei de Estratégia Nacional de Luta contra a Legitimação de Ganhos Ilícitos e o Financiamento ao Terrorismo.
Em Potosí, assim como em cidades como Santa Cruz, Cochabamba, Tarija e Sucre, foram registrados intensos confrontos entre manifestantes, policiais, camponeses ligados ao Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Arce.
Ontem à noite, foi registrada a morte de uma pessoa em Potosí, em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas pelas autoridades locais.
Nadia Cruz, integrante da Defensoria do Povo, afirmou hoje, em entrevista coletiva concedida em La Paz, que a vítima é um homem, de 23 anos, que faleceu devido “asfixia mecânica por bronco aspiração com corpo estranho”, e que ele não apresentava outros sinais de violência.
Além disso, o órgão indicou que foram notificados, pelo menos, 63 feridos, em meio aos confrontos e cobrou que os setores envolvidos iniciem diálogo para encerrar a onda de violência no país.
As principais solenidades que aconteceriam em Potosí, devido a tensão social, foram canceladas pelo governo da região, antes mesmo do anúncio de que Arce não estaria presente em nenhum ato.
Hoje, acontece o terceiro dia de greve geral convocada por diversas organizações e sindicatos, que teve adesão parcial da sociedade. EFE