“Condeno veementemente a violência perpetrada contra o povo do Myanmar. As atrocidades têm de parar agora”, diz Von der Leyen em sua conta no Twitter.
Ela acrescentou que a União Europeia (UE) está trabalhando com seus parceiros a fim de “parar com essa violência contra o próprio povo de Myanmar”, criar um “processo político adequado” e “libertar todos os detidos”.
A mensagem de Ursula von der Leyen surge após, no domingo, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, ter também apelado ao fim da “tragédia” e qualificado o dia de sábado – quando foram mortas pelo menos 116 pessoas – como de “horror e vergonha”.
“Estou acompanhando os acontecimentos preocupantes em Myanmar. O aumento da violência, com mais de 100 assassinatos de civis, perpetrados pelos militares contra o seu próprio povo no Dia das Forças Armadas, é inaceitável”, afirma o chefe da diplomacia europeia em nota.
Ele apela aos líderes militares de Myanmar para que abdiquem do que qualifica de “caminho sem sentido”. Josep Borrell reiterou a condenação da UE à “violência insensível contra o povo de Myanmar”.
“Continuaremos a utilizar os mecanismos da UE, incluindo sanções, para atingir os que praticam essa violência e os responsáveis pelo retrocesso no caminho democrático e pacífico do Myanmar”, destaca Borell.
O alto representante diz ainda que os responsáveis pelas “violações sérias dos direitos humanos” têm de ser responsabilizados pelos seus atos.
O número total de mortos devido à violência militar e policial contra manifestantes e civis na Birmânia chega a 423, de acordo com a Associação para a Assistência a Presos Políticos.
Segundo o portal de notícias local Myanmar Now, o número de mortos no sábado, o dia mais “sangrento” desde o golpe militar em 1º de fevereiro, foi pelo menos 116. No sábado, a capital recebia uma parada militar para marcar o Dia das Forças Armadas.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), das 423 pessoas mortas, pelo menos 35 são crianças.
Os manifestantes exigem que o Exército, que governou o país com mão de ferro entre 1962 e 2011, restaure a democracia e reconheça os resultados das eleições de novembro. Pedem a libertação de todos os detidos pelos militares, incluindo a líder Aung San Suu Kyi.
Os militares tomaram o poder alegando fraude eleitoral nas eleições legislativas de novembro, vencidas por larga margem pelo partido da líder deposta e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi e declaradas legítimas pelos observadores internacionais.
Desde o golpe, a Junta Militar já deteve mais de 3 mil pessoas, incluindo Suu Kyi e grande parte do seu governo.
Diante do que qualifica de “brutal repressão” na sequência do golpe militar, a UE impôs, na segunda-feira passada (22), medidas restritivas contra 11 pessoas que considera responsáveis pelo golpe militar, entre elas o chefe da Junta Militar, o general Min Aung Hlaing.
As sanções decretadas pelos 27 países do bloco são dirigidas a dez das mais altas patentes das Forças Armadas birmanesas e ao presidente da Comissão Eleitoral, e consistem numa interdição de viajar para ou pela UE e no congelamento dos seus bens e recursos.
*Com informações da RTP – Rádio e Televisão de Portugal