Em um novo depoimento dado hoje (8), em Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que os russos estão “criando um inferno” em seu país. Ele disse que a culpa por morte, ataque aéreo e bloqueio às cidades da Ucrânia é, sem dúvida, da Rússia.
“A culpa é do invasor. Mas a responsabilidade é daqueles que, há 13 dias, não conseguem aprovar, lá em algum lugar do Ocidente, nas suas salinhas, uma decisão óbvia, necessária, de assegurar o nosso céu. Daqueles que não salvaram nossas cidades dos bloqueios e das bombas, apesar de poderem fazer isso”, criticou.
Zelensky vem pedindo, desde o início da invasão russa, que os países do Ocidente criem um espaço de exclusão aérea, onde aviões estrangeiros possam entrar e atacar, derrubar aviões e helicópteros russos. No entanto, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) vem afirmando há dias que não entrará de forma ativa na guerra, apenas apoiará a Ucrânia com armamentos, equipamentos, treinamentos, recursos financeiros e ajuda humanitária.
Carta da Otan O receio da Otan é de que, caso entrasse ativamente no conflito, uma grande guerra na Europa poderia começar. Se a Rússia atacar algum dos 30 países do bloco, o artigo 5º da Carta da Otan será ativado. O dispositivo afirma que, caso um país do bloco seja agredido, todas as outras nações devem reagir em bloco.
“Estão nos cercando de propósito, torturam nossos cidadãos, cortam a luz, cortam o fornecimento de água e alimentos. Estamos destruindo os invasores em todos os lugares que podemos, mas há centenas de agressores em aviões e helicópteros. Sabemos que a Rússia, nesses 13 dias, perdeu mais máquinas do que nos últimos 30 anos. Mas eles ainda têm máquinas suficientes para matar, ainda há foguetes suficientes para aterrorizar nosso povo, [eles] ainda têm bombas de 500 quilos suficientes para jogar em cima de nós. Há 13 dias ouvimos somente promessas, ouvimos que já já a ajuda chegará”, queixou-se Zelensky.
O presidente ucraniano reclamou ainda da promessa de criação de corredores humanitários para evacuar a população civil. ”Nenhum corredor humanitário funcionou, não temos mais tempo. Vou continuar conversando com os líderes mundiais, eles têm que se esforçar ao máximo para parar essa guerra, esse genocídio”.