Lisboa, 4 nov (EFE).- O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou nesta quinta-feira que vai dissolver o Parlamento e antecipar as eleições para 30 de janeiro, para tentar resolver a crise política causada pela rejeição do orçamento geral do país.
“Uma semana e um dia após a rejeição do orçamento de 2022, decidi dissolver a Assembleia da República e convocar eleições para 30 de janeiro de 2022”, disse Rebelo de Sousa em pronunciamento nacional, após fazer uma rodada de contatos com os principais agentes políticos portugueses na última semana.
O chefe de Estado defendeu que “faz parte da própria vida da democracia devolver a palavra ao povo” e que a antecipação é a “melhor maneira” diante de soluções alternativas, como apresentar um novo orçamento ou manter o de 2021 em vigor.
O orçamento de 2022 foi “especialmente importante num momento especialmente importante” para o país, disse ele, que ressaltou que a crise está ocorrendo num momento de recuperação na luta contra a pandemia de covid-19 e com os fundos europeus do Plano de Recuperação pela frente.
Rebelo de Sousa também justificou a escolha de 30 de janeiro como a data para a votação, considerando que a campanha e os debates eleitorais não deveriam ser realizados durante o período natalino.
“Como sempre nos momentos decisivos, o povo português e somente o povo português são a melhor garantia do futuro de Portugal”, afirmou.
O governo do socialista António Costa, em minoria parlamentar, foi deixado sozinho na defesa de seu projeto de orçamento para 2022, depois que seus antigos parceiros de esquerda lhe viraram as costas, e a direita também votou contra, o que levou à marcação de eleições após apenas dois anos no cargo. EFE