O Reino Unido designou um plano para construir um cabo submarino capaz de importar energia renovável do Marrocos, reportou a agência de notícias Reuters. A empresa Xlinks — presidida pelo ex-diretor executivo do conglomerado Tesco, Dave Lewis — deseja construir 3.800 km de cabos submarinos para levar energia solar e eólica produzida no Saara a sete milhões de lares britânicos até 2030. Embora a Xlinks tenha celebrado o reconhecimento de seu projeto pelo governo em Londres como “marco considerável”, muitos desafios permanecem à frente. Além de precisar construir a maior rede de cabos submarinos de alta voltagem do mundo, a Xlinks tem de assegurar financiamento, contratos de longo prazo e autorizações dos governos francês e espanhol para cruzar águas estrangeiras. O custo estimado está entre £20 e £22 bilhões ($24.47 bilhões), comentou Lewis ao Financial Times. Segundo a empresa, o projeto deve criar quase dez mil empregos no Marrocos, dois mil dos quais permanentes, ao favorecer a estratégia de exportação energética do país. Claire Coutinho, nova secretária de Estado para Segurança Energética e Rede Zero, disse que o projeto tem “importância nacional” por potencialmente ajudar o Reino Unido a transicionar sua demanda energética de combustíveis fósseis a fontes renováveis. “O projeto proposto pode exercer um papel fundamental em permitir que nosso sistema de energia cumpra seus compromissos de redução de carbono e abastecimento seguro, confiável e acessível aos consumidores”, declarou seu comunicado. Sob a designação de “importância nacional” aos cabos da Xlinks — que devem aportar no sudoeste da Inglaterra —, a infraestrutura necessária precisa agora ser aprovada pelo governo federal, em vez de autoridades locais. O plano do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak para chegar a zero emissão de carbono é bastante criticado por minimizar metas sobre carros movidos a derivados de petróleo e subsídios insuficientes a desenvolvedores de energia eólica no país. Nesta semana, o governo autorizou o desenvolvimento de seu maior campo de petróleo no Mar do Norte em anos, ao alegar necessidade de melhoria na segurança energética. LEIA: Marrocos deve gastar US$11.7 bi em cinco anos para reconstrução após terremoto