Shakira garante que declarou empresas nas Ilhas Virgens Britânicas à Fazenda

Diário Carioca

Barcelona (Espanha), 4 out (EFE).- A cantora colombiana Shakira garantiu nesta segunda-feira que as empresas que abriu nas Ilhas Virgens Britânicas, reveladas pela investigação Pandora Papers, foram “devidamente declaradas” à Fazenda espanhola, são “totalmente transparentes” e já estão em processo de liquidação.

Em comunicado, a artista, que aguarda julgamento por supostamente fraudar 14,5 milhões de euros da Fazenda espanhola entre 2012 e 2014, negou que essas empresas tenham sido formadas em 2019, e sim entre 2001 e 2009.

Segundo a cantora, são empresas constituidas “conforme a legislação aplicável” e “muito antes” de ter estabelecido sua residência habitual na Espanha.

Essas sociedades, de acordo com o comunicado, foram “devidamente declaradas” às autoridades tributárias espanholas por meio do imposto sobre patrimônio e do imposto de renda de pessoa física.

Embora sido criadas com um “objetivo operacional específico”, hoje em dia essas empresas não têm rendimentos nem atividade e estão em processo de liquidação, argumentou a artista.

Os Pandora Papers procedem das conclusões do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).

A investigação, revelada no domingo, se baseia em 11,9 milhões de arquivos de 14 despachos que criaram empresas em paraísos fiscais e foi publicada pela imprensa internacional.

SUPOSTA FRAUDE FISCAL.

Em julho, um juiz espanhol em Barcelona deixou a cantora a um passo do julgamento após ter encontrado “provas suficientes” de fraude às autoridades fiscais, fingindo não residir na Espanha e escondendo os seus rendimentos através de uma estrutura empresarial baseada em paraísos fiscais entre 2012 e 2014.

O processo penal decorre de uma denúncia do Ministério Público, que acusou Shakira de seis delitos contra as autoridades fiscais.

Shakira já pagou os 14,5 milhões de euros que a Agência Tributária exigiu – mais outros três milhões em juros -, mas nega a fraude fiscal, argumentando que a sua presença na Espanha ainda era esporádica naqueles anos.

A artista colombiana informou que o Tribunal Administrativo Regional da Catalunha acabou de dar razão a ela em um processo contra a Agência Tributária por cerca de 300 mil euros correspondentes aos anos fiscais de 2015 e 2016.

Segundo a declaração enviada nesta segunda-feira, o Tribunal Administrativo reconheceu agora que a Agência Tributária liquidou incorretamente “uma série de sobretaxas”. EFE

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