Caracas, 10 nov (EFE).- Vários sindicatos protestaram nesta quarta-feira na Venezuela para exigir que o governo melhore suas condições de trabalho, especialmente aquelas relacionadas ao salário que recebem.
Cerca de 150 trabalhadores se reuniram em Caracas ocidental e marcharam até a Ouvidoria para entregar um documento com suas demandas.
“Os trabalhadores venezuelanos não podem continuar trabalhando por 7 bolívares (R$ 8,25) por mês. É exploração pelo governo”, declarou à Agência Efe o secretário-executivo da Federação de Trabalhadores da Saúde (Fetrasalud), Pablo Zambrano, que prometeu entregar documentos ao Ministério do Trabalho e à Vice-Presidência Executiva do país sul-americano.
“Nenhum trabalhador, pelo menos do setor público, ganha o suficiente para viver com dignidade. Decidimos a partir de hoje, além dos partidos, além das eleições, assumir o que é nosso por direito. Estaremos nas ruas exigindo permanentemente um salário vivo”, avisou.
O sindicalista também disse que os trabalhadores do setor público podem atualmente ganhar entre 7 e 20 bolívares (R$ 24,2). Além disso, criticou a suspensão do processo de diálogo entre o governo venezuelano e a oposição, que estava ocorrendo no México, quando foi aprovada a criação de uma mesa para discutir questões sociais.
“Os problemas mais importantes de um país têm que ser os problemas do povo, a fome, a miséria que eles estão passando. Uma solução tem que ser encontrada”, frisou Zambrano.
Da mesma forma, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Venezuelanos em Caracas, Edgar Machado, disse à Efe que todos os trabalhadores do país decidiram se unir para fazer exigências. “Não pode ser que um professor tenha recebido bônus de Natal e eles mal servem para passar uma semana”, considerou.
Machado também denunciou o fato de que os professores tiveram que trazer máscaras, álcool gel e sabão para as escolas a fim de cumprir com as medidas de prevenção contra a Covid-19. “O professor está subsidiando o estado”, resumiu.
O sindicalista pediu ao governo para informar quantos professores ainda não foram vacinados e pediu que os alunos fossem imunizados com medicamentos aprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). EFE