Ao receber emissários da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) em Cabul, nesta segunda-feira (4), Khalifa Sirajuddin Haqqani, ministro do Interior afegão e membro do governo interino do grupo fundamentalista Talibã, pediu “paciência” sobre o direito de mulheres e meninas à educação. As informações são da agência de notícias Anadolu. “A educação das meninas é uma necessidade de nossa sociedade e essa questão será solucionada conforme nossos parâmetros”, insistiu Haqqani. Na rede social X, antigo Twitter, seu gabinete afirmou que a delegação “enalteceu alguns dos decretos” impostos pelo Talibã sobre os direitos das mulheres. Desde seu retorno ao poder, em agosto de 2021, o Talibã baniu as mulheres das salas de aula no país, sob ampla condenação internacional. LEIA: Talibã impediu 100 mulheres de voar para Dubai para bolsas de estudo universitárias – bilionário dos Emirados Árabes Unidos Uma delegação da OCI chegou a Cabul na quinta-feira (31) para se reunir com religiosos locais, além de ministros e oficiais do governo de facto. Segundo o ministério afegão, os membros da delegação observaram que a “educação é um direito comum de homens e mulheres”, expressão corroborada por Haqqani. “Junto da educação religiosa, o ensino moderno leva ao desenvolvimento da sociedade”, argumentou a nota. “O governo talibã não é como nos mostram ao mundo e os afegãos são plenos de gentileza e cooperação”, declarou Haqqani. “Nosso governo manterá esforços para solucionar cada uma de nossas verdadeiras falhas”. Segundo sua pasta, a delegação saudou o grupo islâmico por dar “segurança e estabilidade” ao Afeganistão. “O Talibã manteve a paz no país ao implementar sua excelente política monetária, impedir o [Daesh ou Estado Islâmico] de cometer crimes, combater as drogas e cumprir muitas de suas promessas à organização [OCI]”, concluiu o comunicado. Estados e entidades internacionais alertam que a opressão às mulheres frustra eventuais avanços no reconhecimento internacional do governo do Talibã. LEIA: Jovens afegãs que lutam contra a pobreza têm sonhos universitários frustrados