Londres, 11 nov (EFE).- Uma vacina desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech e pelo Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) tem 77,8% de eficácia contra a Covid-19, sem produzir efeitos colaterais graves, de acordo com os resultados preliminares publicados na revista especializada “The Lancet” nesta quinta-feira.
A vacina, chamada Covaxin ou BBV152, foi testada na Fase 3 na Índia entre novembro de 2020 e maio de 2021 em 24.419 pessoas de 18 a 97 anos de idade.
Duas semanas após a segunda dose, a BBV152 oferece 77,8% de proteção contra a Covid-19, destaca o relatório. Além disso, não foram detectados eventos adversos graves ou mortes relacionados à Covaxin. A maioria dos efeitos colaterais foi leve e relatada na primeira semana, incluindo dor de cabeça, fadiga, febre e dor no local da inoculação.
A vacina, que se baseia no isolamento da cepa do coronavírus SARS-CoV-2, é estável entre 2 e 8 graus celsius e foi recentemente aprovada para uso em pessoas com mais de 18 anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além disso, os frascos da Covaxin têm uma resistência que permite que eles sejam abertos por até 28 dias, uma característica que reduz o desperdício de vacinas em cerca de 10% a 30%, dizem os especialistas.
“A administração da Covaxin poderia relaxar as exigências da cadeia extrema de fornecimento de outras vacinas”, dizem os especialistas Jing-Xin Li e Feng-Cai Zhu, do Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Jiangsu na China, em uma revisão independente na “Lancet”.
Eles também salientaram que essa nova preparação pode aumentar a limitada capacidade de fabricação global e melhorar a falta de abastecimento, o que, como eles mesmos lembraram, “afeta desproporcionalmente os países de baixa e média renda”.
Os pesquisaram realizaram análises preliminares da eficácia do BBV152 contra a variante delta e descobriram que ele oferece 65% de proteção contra a Covid sintomática. Entretanto, eles advertem que esses dados são provisórios e são necessários mais testes para confirmar a eficácia clínica da Covaxin contra a delta e outras cepas. EFE