Houve um aumento no número de viagens do Azerbaijão para a pista de pouso militar israelense, com a operação militar lançada por Baku no território disputado Os voos do Azerbaijão para uma base aérea israelense aumentaram no período que antecedeu uma campanha militar lançada pelo Azerbaijão na disputada região de Nagorno-Karabakh na terça-feira, segundo mostram os sites de rastreamento de voos. No início deste mês, cinco voos da Silk Way Airlines do Azerbaijão aterrissaram no aeroporto de Ovda, uma base aérea militar no sul de Israel, perto da cidade de Eilat, informou o Haaretz na semana passada. Foram registrados 11 voos desse tipo desde março. Desde então, o Middle East Eye encontrou outro voo que aterrissou em Ovda, vindo de Baku, na quinta-feira, às 10h, horário local. Ele partiu de Israel duas horas e meia depois, retornando à capital do Azerbaijão. O recente aumento nos voos se soma aos 92 voos de carga realizados pela Silk Way Airlines para Ovda nos últimos sete anos, de acordo com uma investigação do Haaretz em março. Isso incluiu um pico durante a violência entre as forças americanas e azeris em Nagorno-Karabakh em 2020. LEIA: Israel se compromete em enviar dois novos satélites ao Azerbaijão O voo de quinta-feira foi o mesmo modelo de aeronave da Silk Way relatado pelo Haaretz, de acordo com dados obtidos pelo FlightRadar 24. Na terça-feira, explosões foram relatadas em Stepanakert, a capital regional, com separatistas armênios dizendo que dois civis foram mortos e quase duas dúzias ficaram feridos na região montanhosa de Caucus. O Middle East Eye não conseguiu verificar a alegação de forma independente. Nagorno-Karabakh é reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão. Mas a região, cuja maioria é de etnia armênia, tem sido administrada por uma autoridade armênia separatista. As tensões na região vêm se formando há meses, com a Armênia e o Azerbaijão trocando acusações de ataques transfronteiriços. O Azerbaijão impôs um bloqueio de fato ao corredor de Lachin, a única estrada que liga Nagorno-Karabakh à Armênia e a única artéria para o fornecimento de alimentos e medicamentos à região empobrecida. Os combates na região começaram em 1988 entre separatistas armênios e tropas azerbaijanas durante o colapso da União Soviética. Após uma trégua em 1994, a região ficou sob o controle efetivo da Armênia. Desde então, Baku conseguiu atualizar seu arsenal militar usando a receita de energia para comprar drones turcos e equipamentos militares de Israel. Em 2020, o Azerbaijão lançou uma operação militar com o apoio da Turquia e recapturou a maior parte do território. O Azerbaijão e Israel têm mantido relações estreitas desde a independência do primeiro, no início da década de 1990. Baku fornece cerca de 30 a 50% das necessidades de petróleo e gás de Israel, transportadas principalmente pelo oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan. O Azerbaijão também é um importante cliente de equipamentos militares e sistemas de armas israelenses, incluindo um sistema de defesa aérea que as forças azeris testaram recentemente durante um exercício. LEIA: É um desafio apoiar o Azerbaijão quando seu governo é pró-Israel Notícia publicada originalmento no Middle East Eye em 19 de setembro de 2023