Beirute, 14 out (EFE).- Os partidos xiitas Amal e Hezbollah acusaram integrantes da legenda cristã Falanges Libanesas pelo ataque ocorrido nesta quinta-feira contra manifestantes que se reuniam em Beirute, que deixou seis mortos e dezenas de feridos.
“Os participantes foram alvo de um ataque armado por parte dos grupos do partido Falanges Libanesas, que se espalharam pelos bairros vizinhos e nos telhados dos edifícios, para realizar operações diretas de franco-atiradores”, aponta um comunicado conjunto emitido pelas direções das organizações xiitas.
“Hezbollah e Amal condenam e denunciam esse ato criminoso e intencional, que dá um golpe na estabilidade e na paz civil, e convocam o Exército e as forças de segurança a assumirem suas responsabilidades na hora de restaurar a normalidade e prender os responsáveis pelos assassinatos”, completa a nota.
Até o momento, não houve qualquer manifestação de reivindicação da autoria do ataque, que aconteceu na região de Tayoune, na capital libanesa.
As Falanges Libanesas, que foram acusadas pelos partidos xiitas, são o segundo maior bloco de bandeira cristã no Parlamento do Líbano e uma antiga milicia, que atuou durante a guerra civil no país, de 1975 a 1990.
O líder da legenda, Samir Geagea, utilizou o Twitter para condenar ataque, que afirmou ser consequência da existência “generalizada” de armas no Líbano, “que ameaça os cidadãos a todo o momento, em todas as partes.
ATAQUE CONTRA XIITAS.
Mais cedo, o ministro do Interior do Líbano, Bassam Maulaui, confirmou nesta quinta-feira que seis pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas durante um ataque que afirmou ter sido realizado por “narcoatiradores” contra manifestantes xiitas, ocorrido em Beirute
A Cruz Vermelha local também divulgou dados semelhantes sobre a ação, que resultou em intensos confrontos entre homens armados.
O Amal e o Hezbollah denunciaram que integrantes e simpatizantes foram alvos de tiros, quando se dirigiam para participar de um protesto diante do Palácio de Justiça, que fica próximo a Tayoune.
O objetivo da manifestação, convocada pelos grupos xiitas era exigir a destituição do juiz Tarek Bitar, responsável pelo caso da explosão ocorrida em Beirute, em agosto do ano passado, que deixou mais de 200 mortos e 6,5 feridos.
Diversos ex-dirigentes do Amal são acusados de negligência nas investigações sobre a tragédia.
Quase no mesmo momento dos disparos contra os manifestantes, um tribunal de Beirute recusou uma denúncia contra Bitar, feita por dois parlamentares e ex-ministros, que integram o grupo xiita e que foram acusados de obstruir as investigações, até recuperarem, nos próximos dias, a imunidade pela função legislativa. EFE