A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República consideram um print encontrado no celular de Domingos Brazão como chave para elucidar os motivos por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco. Segundo investigações, o crime estaria vinculado a interesses em grilagem de terras. As informações são da colunista Malu Gaspar, do Globo.
No dispositivo de Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, foi encontrada uma imagem de uma escritura de propriedade que evidencia conexões com interesses imobiliários contrários aos defendidos por Marielle. A vereadora havia atuado contra uma lei que facilitaria a regularização de terras griladas, lei essa que beneficiaria diretamente os terrenos em questão.
O que você precisa saber
- Principal Evidência: Print de uma escritura no celular de Domingos Brazão.
- Conexão com Grilagem: Lei facilitaria regularização de terras griladas, beneficiando propriedades de interesse dos Brazão.
- Impacto da Lei: Aprovação aumentaria valor de terrenos controlados pela empresa Superplan.
Detalhes das Provas
A imagem no celular de Brazão mostra o conselheiro fotografando uma escritura de uma administradora de imóveis chamada Superplan, envolvendo ele e sua esposa como sócios. Essa empresa possui terrenos que seriam valorizados pela lei que Marielle combatia, que buscava flexibilizar normas ambientais e urbanísticas.
Contexto Imobiliário
Os terrenos em questão, localizados na Zona Oeste do Rio, totalizam mais de 20 mil metros quadrados. A lei, se aprovada, permitiria a regularização de construções ilegais e facilitaria a grilagem de áreas sem edificações, elevando substancialmente o valor dos imóveis da Superplan.
Implicações Legais
A descoberta deste documento não só vincula Brazão aos negócios imobiliários na área, como também reforça a denúncia da PGR de que o assassinato de Marielle pode ter sido motivado por seus posicionamentos políticos contra a exploração e grilagem de terras.
Indícios de Irregularidades
Adicionalmente, alguns dos terrenos foram adquiridos de moradores de baixa renda que obtiveram propriedade por usucapião, e um dos lotes era de um conhecido grileiro de terras. O valor declarado na escritura foi significativamente menor que a avaliação feita pela Prefeitura, o que levanta suspeitas sobre a legalidade da transação.