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A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou sua estrutura para monitorar a promotora Simone Sibilio, ex-coordenadora da força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) responsável pelas investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O que você precisa saber:
- A informação está na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
- Sibilio também investigou milícias no Rio de Janeiro.
- A PF investiga um esquema de espionagem ilegal na Abin.
A decisão do STF, divulgada nesta sexta-feira (26), aponta que a Abin monitorou Sibilio entre 2018 e 2020. Os dados coletados incluíam informações sobre seus telefonemas, e-mails e movimentos bancários.
Além do caso Marielle, Sibilio também esteve à frente de investigações importantes sobre as milícias no Rio. Entre elas, estão a Operação Intocáveis, que investigou as lideranças do Rio das Pedras e da Muzema, e o Escritório do Crime, grupo de extermínio associado às milícias.
De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), houve um conluio da atual gestão da Abin para proteger indivíduos envolvidos em um esquema de espionagem ilegal, chamada “Abin Paralela”.
Na última quinta-feira (25), agentes apreenderam computadores, celulares e pen drives nos endereços do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Moraes destacou que Ramagem teria usado a agência para espionagem ilegal em benefício da família de Bolsonaro.
Entre as autoridades espionadas estavam a ex-deputada federal Joice Hasselmann; o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana; e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB-RJ).
As investigações da PF indicam que a Abin foi “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente diversas autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-chefe do Executivo.