Com povos oriundos de Norte a Sul do Brasil, a pluralidade indígena será evidenciada durante a terceira edição do programa Indígenas.BR, evento online realizado pelo Centro Cultural Vale Maranhão, de 04 a 12 de setembro através do Youtube. Este ano, as músicas indígenas serão evidenciadas, com a exibição de videoclipes, documentários, rodas de conversa e materiais inéditos de artistas de todo o Brasil, com destaque para o cantautor Gean Pankararu, considerado revelação da nova geração da música popular brasileira, e Edivan Fulni-ô.
Do sertão pernambucano em Jatobá, a música de Gean Pankararu atravessou os limites da aldeia Pankararu, da Mesorregião do São Francisco, onde nasceu e foi criado. Em 2018, foi o primeiro artista indígena do nordeste a ser nomeado para o Indigenous Music Awards do Canadá, na categoria de Melhor Artista Indígena Internacional.
Artista indígena, cantor e compositor do povo Fulni-ô de Pernambuco, Edivan Fulni-ô hoje vive em São Paulo e tem realizado trabalhos autorais que dialogam com questões contemporâneas. Em suas canções, promove a quebra de estereótipos sobre essas figuras históricas, em uma visão de mundo cantada a partir da perspectiva indígena e da florestania – a floresta como sujeito. Para o evento, Edivan se reuniu com o grupo de rap Oz Guarani.
O festival contará com a produção de 16 povos diferentes, vindos das cinco regiões do Brasil: os Kariri Xico, os Pankararu e os Fulni-ô (PE), os Guarani (SP); os Tikuna (AM), os Kanela Ramkokamekrá e os Guajajara Tentehar (MA), os Wapichana (RR), os Huni Kuin (AC) os Kambeba e os Tupinambá (PA); os Kaingang (PR); os Guarani Kaiowa (MS) e os Wauja e os Yawalapiti (MT); e o povo Mapuche da Bolívia.
O festival tem como objetivo difundir a pluralidade das produções musicais realizadas por artistas indígenas de diferentes partes do país. “São matrizes ancestrais de centenas de povos que aqui viviam, muito antes da chegada dos europeus. Mas há, também, músicas de hoje, criadas por jovens atentos às realidades atuais em movimentos de luta por territórios, em conexão com linguagens contemporâneas como o rap, hip hop e a música eletrônica”, explica musicista e pesquisadora Magda Pucci.
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Já a produção audiovisual de documentários e videoclipes reúnem filmes em destaque entre produções indígenas no Brasil. Algumas das atrações são o curta-metragem Nẽn Ga vi (Paola Gibram e Nyg Kaingang), Espírito da Floresta (Ibã Sales), o trailer inédito da série de TV Sou moderno, sou índio e o videoclipe da ORE MBORAI – Orquestra Multiétnica. Após as exibições audiovisuais, serão realizados bate-papos com os artistas participantes do festival, sobre diversos temas da atualidade.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga