Bolsonaro leva rasteira do “amigo” Trump e Brasil perde compra de equipamentos

Diário Carioca

Os EUA enviou 23 aviões cargueiros para retirar, na China, milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs) para abastecer o mercado estadunidense. A medida significa um drible que o presidente Donald Trump, o “amigo” de Jair Bolsonaro (sem partido), aplicou no Brasil, que perdeu seus contratos com o governo chinês, por conta da expressiva compra dos estadunidenses.

Em coletiva na última quarta-feira (1), Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, lamentou a manobra americana. “As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder fazer o abastecimento, muitas caíram. Nós estávamos comprados, tínhamos, quando começamos a pedir. Entregaram a primeira parte. Na segunda parte, mesmo com eles contratados, assinados, com o dinheiro para pagar, quem ganhou falou: não tenho mais os respiradores, não consigo te entregar. Então, nós voltamos de algo que a gente achava que a gente já tinha, demos um passo para trás.”

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Vítima da voracidade do capitalismo, Mandetta seguiu lamentando e criticou, discretamente, os chineses. “A gente espera que a China volte a ter uma produção mais organizada, e a gente espera que os países que exercem o seu poder muito forte de compra já tenham saciado das suas necessidades para que o Brasil possa entrar e comprar a parte para proteger nosso povo.”

Ainda na coletiva, o ministro demonstrou medo de um alto índice de contaminação dos trabalhadores da saúde, por conta da falta de equipamentos de proteção individual. Nesta quinta-feira (2), o Brasil confirmou 7.910 contaminados por coronavírus e 299 óbitos.

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Nos EUA, considerado epicentro da epidemia no mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 4.475 pessoas morreram após serem contaminadas por coronavírus. Ao todo, são 213 mil americanos infectados, 25 mil apenas nas últimas 24 horas.

O “amigo”

No dia 6 de março, um eufórico Jair Bolsonaro publicou em suas redes sociais que encontraria o presidente americano. “Amanhã terei novo encontro com meu amigo Donald Trump. Discutiremos ações para aprofundar a cooperação entre Brasil e EUA nas áreas comercial, econômica e de defesa. Trataremos também de novos passos para fortalecer nossa aliança na busca por um mundo mais seguro e livre.”

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Edição: Rodrigo Chagas


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